O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do
Antigo Egito e da Grécia
O CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do
Antigo Egito e da Grécia
Temos grande prazer em apresentar
aos estudantes e investigadores da Doutrina Secreta
esta pequena obra baseada nos
Preceitos herméticos do mundo antigo. Existem poucos
escritos sobre este assunto
apesar das inúmeras referências feitas pelos ocultistas aos
Preceitos que expomos, de modo
que por isso esperamos que os investigadores dos
Arcanos da Verdade saberão dar
bom acolhimento ao livro que agora aparece.
O fim desta obra não é a enunciação
de uma filosofia ou doutrina especial, mas sim
fornecer aos estudantes uma
exposição da Verdade que servirá para reconciliar os
fragmentos do conhecimento oculto
que adquiriram, mas que são aparentemente
opostos uns aos outros e que só
servem para desanimar é desgostar o principiante neste
estudo. O nosso intento não é
construir um novo Templo de Conhecimento, mas sim
colocar nas mãos do estudante uma
Chave−Mestra com que possa abrir todas as portas
internas que conduzem ao Templo
do Mistério cujos portais já entrou.
Nenhum fragmento dos
conhecimentos ocultos possuídos pelo mundo foi tão
zelosamente guardado como os
fragmentos dos Preceitos herméticos que chegaram −
até nós através dos séculos
passados desde o tempo do seu grande estabelecedor,
Hermes Trismegisto, o mensageiro
dos deuses, que viveu no antigo Egito quando a
atual raça humana estava em sua
infância. Contemporâneo de Abraão e se for
verdadeira a lenda, instrutor
deste venerável sábio, Hermes foi e é o Grande Sol Central
do Ocultismo, cujos raios têm
iluminado todos os ensinamentos que foram publicados
desde o seu tempo. Todos os
preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinos
esotéricos de cada raça foram
formulados por Hermes. Mesmo os mais antigos preceitos
da índia tiveram indubítavelmente
a sua fonte nos Preceitos herméticos originais.
Da terra do Ganges muitos mestres
avançados se dirigiram para o país do Egito para se
prostrarem aos pés do Mestre.
Dele obtiveram a Chave−Mestra que explicava e
reconciliava os seus diferentes
pontos de vista, e assim a Doutrina Secreta ficou
firmemente estabelecida. De
outros países também vieram muitos sábios, que
consideravam Hermes como o Mestre
dos Mestres; e a sua influência foi tão grande
que, apesar dos numerosos desvios
de caminho de centenas de instrutores desses
diferentes países, ainda se pode
facilmente encontrar uma certa semelhança e
correspondência nas muitas e
divergentes teorias admitidas e combatidas pelos
ocultistas de diferentes países
atuais. Os estudantes de Religiões comparadas
compreenderão facilmente a
influência dos Preceitos herméticos em qualquer religião
merecedora deste nome, quer seja
uma religião apenas conhecida atualmente, quer seja
uma religião morta, ou uma
religião cheia de vida no nosso próprio tempo. Existe
sempre uma correspondência entre
elas, apesar das aparências contraditórias, e os
Preceitos herméticos são como que
o seu grande Conciliador.
A obra de Hermes parece ter sido
feita com o fim de plantar a grande Verdade−Semente
que se desenvolveu e germinou em
tantas formas estranhas, mais depressa do que se
teria estabelecido uma escola de
filosofia que dominasse o pensamento do mundo.
Todavia as verdades originais
ensinadas por ele foram conservadas intatas na sua pureza
original, por um pequeno número
de homens, que, recusando grande parte de estudantes
e discípulos pouco desenvolvidos,
seguiram o costume hermético e reservaram as suas
verdades para os poucos que
estavam preparados para compreendê−las e dirigi−Ias. Dos
lábios aos Ouvidos a verdade tem
sido transmitida entre esses poucos. Sempre
existiram, em cada geração e em
vários países da terra, alguns Iniciados que
conservaram viva a sagrada chama
dos Preceitos herméticos, e sempre empregaram as
suas lâmpadas para reacender as
lâmpadas menores do mundo profano, quando a luz da
verdade começava a escurecer e a
apagar−se por causa da sua negligência, e os seus
pavios ficavam embaraçados com
substâncias estranhas. Existiu sempre um punhado de
homens Para cuidar do altar da
Verdade, em que mantiveram sempre acesa a Lâmpada
Perpétua da Sabedoria. Estes
homens dedicaram a sua vida a esse trabalho de amor que
o poeta muito bem descreveu
nestas linhas:
"Oh! não deixeis apagar a
chama! Mantida De século em século Nesta escura
caverna,Neste templo
sagrado!Sustentada por puros ministros do amor! Não deixeis
apagar esta divina chama!"
Estes homens nunca procuraram a
aprovação popular, nem grande número de
prosélitos. São indiferentes a
estas coisas, porque sabem quão poucos de cada geração
estão preparados para a verdade,
ou podem reconhecê−la se ela Ihes for apresentada.
Reservam a carne para os homens
feitos, enquanto outros dão o leite às crianças.
Reservam suas pérolas de
sabedoria para os poucos que conhecem o seu valor e sabem
trazê−las nas suas coroas, em vez
de as lançar ao porco vulgar, que enterrá−las−ia na
lama e as Misturaria com o seu
desagradável alimento mental. Mas esses poucos não
esqueceram nem desprezaram os
preceitos originais de Hermes, que tratam da
transmissão das palavras da
verdade aos que estão preparados para recebê−la, a respeito
dos quais diz o
Caibalion:"Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre, os
ouvidos daqueles que estiverem
preparados para receber o seu Ensinamento se abrirão,
completamente. " E ainda:
"Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para
ouvir, então vêm os lábios para
enchê−los com sabedoria. " Mas a sua atitude habitual
sempre esteve estritamente de
acordo com outro aforismo hermético também do
Caibalion: "Os lábios da
Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do
Entendimento."
Os que não podem compreender são
os que criticaram esta atitude dos Hermetistas e
clamaram que eles não
manifestavam o verdadeiro espírito dos seus ensinamentos nas
astuciosas reservas e reticências
que faziam. Porém um rápido olhar retrospectivo nas
páginas da história mostrará a
sabedoria dos Mestres, que conheciam que era uma
loucura pretender ensinar ao
mundo o que ele não desejava saber, nem estava preparado
para isso. Os Hermetistas nunca
quiseram ser mártires; antes pelo contrário, ficaram
silenciosamente retirados com um
sorriso de piedade nos seus fechados lábios enquanto
os bárbaros se enfureciam contra
eles nos seus costumeiros divertimentos de levar à
morte e à tortura os honestos mas
desencaminhados entusiastas, que julgavam ser
possível obrigar uma raça de
bárbaros a admitir a verdade, que só pode ser
compreendida pelo eleito já
bastante avançado no Caminho.
E o espírito de perseguição ainda
não desapareceu da terra.
Há certos preceitos herméticos
que, se fossem divulgados, atrairiam contra os
divulgadores uma gritaria de
desprezo e de ódio por parte da multidão, que tornaria a
gritar: "Crucificai−os!
Crucificai−os!
Nesta obra nós nos esforçamos por
vos oferecer uma idéia dos preceitos fundamentais
do Caibalion, procurando dar os
Princípios acionantes e vos deixando o trabalho de os
estudar, em vez de tratarmos
detalhadamente dos seus ensinamentos. Se fordes
verdadeiros estudantes podereis
compreender e aplicar estes Princípios; se o não fordes
deveis vos desenvolver, porque de
outra maneira os Preceitos herméticos serão para vós
somente palavras, palavras,
palavras!!! ...
Os TRÊS INICIADOS
A FILOSOFIA HERMÉTICA
"Os lábios da sabedoria
estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento." − O
CAIBALION −
Do velho Egito saíram os
preceitos fundamentais esotéricos e ocultos que tão
fortemente têm influenciado as
filosofias de todas as raças, nações e povos, por vários
milhares de anos. O Egito, a
terra das Pirâmides e da Esfinge, foi a pátria da Sabedoria
secreta e dos Ensinamentos
místicos. Todas as nações receberam dele a Doutrina
secreta. A índia, a Pérsia,
a,Caldéia, a Média, a China, o Japão, a Assíria, a antiga
Grécia e Roma e outros países
antigos aproveitaram lautamente dos fatos do
conhecimento, que os hierofantes
e Mestres da Terra de Isis tão francamente
ministravam aos que estavam
preparados para participar da grande abundância de
preceitos místicos e ocultos, que
as mentes superiores deste antigo país tinham
continuamente condensado.
No antigo Egito viveram os
grandes Adeptos e Mestres que nunca mais foram
avantajados, e raras vezes foram
igualados, nos séculos que se passaram desde o tempo
do grande Hermes. No Egito estava
estabelecida a maior das Lojas dos Místicos. Pelas
portas dos seus Templos entraram
os Neófitos que mais tarde, como Híerofantes,
Adeptos e Mestres, se espalharam
por todas as partes da terra, levando consigo o
precioso conhecimento que
possuíam, ansiosos e desejosos de ensiná−lo àqueles que
estivessem preparados para
recebê−lo. Todos os estudantes do Oculto conhecem a
dívida que têm para com os
veneráveis Mestres deste antigo país.
Mas entre estes Grandes Mestres
do antigo Egito, existiu um que eles proclamavam
como o Mestre dos Mestres. Este
homem, se é que foi verdadeiramente um homem,
viveu no Egito na mais remota
antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome de Hermes
Trismegisto. Foi o pai da Ciência
Oculta, o fundador da Astrologia, o descobridor da
Alquimia. Os detalhes da sua vida
se perderam devido ao imenso espaço de tempo, que
é de milhares de anos, e apesar
de muitos países antigos disputarem entre si a honra de
ter sido a sua pátria. A data da
sua existência no Egito, na sua última encarnação neste
planeta, não é conhecida agora
mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas
dinastias do Egito, muito antes
do tempo de Moisés. As melhores autoridades
consideram−no como contemporâneo
de Abraão, e algumas tradições judaicas dizem
claramente que Abraão adquiriu
uma parte do seu conhecimento místico do próprio
Hermes.
Depois de ter passado muitos anos
da sua partida deste plano de existência (a tradição
afirma que viveu trezentos anos)
os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um dos
seus deuses sob o nome de Thoth.
Anos depois os povos da Antiga Grécia também o
deificaram com o nome de
"Hermes, o Deus da Sabedoria". Os egípcios reverenciaram
por muitos séculos a sua memória,
denominando−o o mensageiro dos Deuses, e
ajuntando−lhe como distintivo o
seu antigo título "Trismegisto", que significa o três
vezes grande, o grande entre os
grandes.
Em todos os países antigos, o
nome de Hermes Trismegisto foi reverenciado, sendo esse
nome considerado como sinônimo de
"Fonte de Sabedoria".
Ainda em nossos dias empregamos o
termo hermético no sentido de secreto, fechado de
tal maneira que nada escapa,
etc., pela razão que os discípulos de Hermes sempre
observaram o princípio do segredo
nos seus preceitos. Eles ignoravam aquele não lançar
as pérolas aos porcos, mas
conservavam o preceito de dar leite às crianças, e carne aos
homens feitos, máximas que são
familiares a todos os leitores das Escrituras Cristãs,
mas que já eram usadas pelos
egípcios, muitos séculos antes da era cristã. Os Preceitos
herméticos estão espalhados em
tocos os países e em todas as religiões, mas não
pertencem a nenhuma seita
religiosa particular. Isto acontece por causa das advertências
feitas pelos antigos instrutores
com o fim de evitar que a Doutrina Secreta fosse
cristalizada em um credo. A
sabedoria desta precaução é clara para todos os estudantes
de história. O antigo ocultismo
da índia e da Pérsia degenerou−se e perdeu−se
completamente, porque os seus
instrutores tornaram−se padres, e misturaram a teologia
com a filosofia, vindo a ser, por
conseqüência, o ocultismo da índia e da Pérsia,
gradualmente perdido no meio das
massas de religiões, superstições, cultos, credos e
deuses. O mesmo aconteceu com a
antiga Grécia e Roma e também com os Preceitos
herméticos dos Gnósticos e
Cristãos primitivos, que se perderam no tempo de
Constantino, e que sufocaram a
filosofia com o manto da teologia, fazendo assim a
Igreja perder aquilo que era a
sua verdadeira essência e espírito, e andar às cegas
durante vários séculos, antes de
tomar o seu verdadeiro caminho; porque todos os bons
observadores deste vigésimo
século dizem que a Igreja está lutando para voltar aos seus
antigos ensinamentos místicos.
Apesar de tudo isso sempre
existiram algumas almas fiéis que mantiveram viva a
Chama, alimentando−a
cuidadosamente e não deixando a sua luz se extinguir. E graças
a estes firmes corações e
intrépidas mentes, temos ainda conosco a verdade. Mas a
maior parte desta não se acha nos
livros. Tem sido transmitida de Mestre a Discípulo,
de Iniciado a Hierofante, dos
lábios aos ouvidos. Ainda que esteja escrita em toda parte,
foi propositalmente velada com
termos de alquimia e astrologia, de modo que só os que
possuem a chave podem−na ler bem.
Isto era necessário para evitar as perseguições dos
teólogos da Idade Média que
combatiam a Doutrina Secreta a ferro, fogo, pelourinho,
forca e cruz.
Ainda atualmente só encontramos
alguns valiosos livros de Filosofia hermética, apesar
das numerosas referências feitas
a ela nos vários livros escritos sobre diversas fases do
Ocultismo. Contudo, a Filosofia
hermética é a única Chave−Mestra que pode abrir
todas as portas dos Ensinamentos
Ocultos!
Nos primeiros tempos existiu uma
compilação de certas Doutrinas básicas do
Hermetismo, transmitida de mestre
a discípulo, a qual era conhecida sob o nome de
"Caibalion", cuja
significação exata se perdeu durante vários séculos. Este ensinamento
é, contudo, conhecido por vários
homens a quem foi transmitido dos lábios aos ouvidos,
desde muitos séculos.
Estes preceitos nunca foram
escritos ou impressos até chegarem ao nosso
conhecimento. Eram simplesmente
uma coleção de máximas, preceitos e axiomas, não
inteligíveis aos profanos, mas
que eram prontamente entendidos pelos estudantes; e
além disso, eram depois
explicados e ampliados pelos Iniciados hermetistas aos seus
Neófitos. Estes preceitos
constituíam realmente os princípios básicos da Arte da
Alquimia Hermética que,
contrariamente ao que geralmente se crê, baseia−se no
domínio das Forças Mentais, em
vez de no domínio dos Elementos materiais; na
Transmutação das Vibrações
mentais em outras, em vez de na mudança de uma espécie
de metal em outra. As lendas da
Pedra Filosofal, que transformava qualquer metal em
ouro, eram alegorias da Filosofia
hermética perfeitamente entendidas por todos os
estudantes do verdadeiro
Hermetismo.
Neste livro, cuja primeira lição
é esta, convidamos os estudantes a examinar os
Preceitos herméticos tal como são
expostos no Caibalion e explicados por nós, humildes
estudantes desses Preceitos’ que,
apesar de termos o título de Iniciados, somos simples
estudantes aos pés de Hermes, o
Mestre. Nós lhes oferecemos muitos axiomas, máximas
e preceitos do Caibalion,
acompanhados de explicações e comentários, que cremos
servir para tornar os seus
preceitos mais compreensíveis ao estudante moderno,
principalmente porque o texto
original é velado de propósito com termos obscuros.
As máximas, os axiomas e
preceitos originais do Caíbalíon são impressos em tipo
diferente do tipo geral da nossa
obra. Esperamos que os estudantes a quem oferecemos
esta obra, como possam tirar
muito proveito do estudo das suas páginas como tiraram
outros que passaram antes pelo
Caminho do Adeptado, nos séculos decorridos desde o
tempo de Hermes Trismegisto, o
Mestre dos Mestres, o Três Vezes Grande.
Diz o Caibalion:
"Em qualquer lugar que
estejam os vestígios do Mestre, os ouvidos daquele que estiver
preparado para receber o seu
Ensinamento se abrirão completamente".
"Quando os ouvidos do
discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para
os encher com Sabedoria."
De modo que, de acordo com o
indicado, só dará atenção a este livro aquele que tiver
uma preparação especial para
receber os Preceitos que ele transmite. E, reciprocamente,
quando o estudante estiver
preparado para receber a verdade, também este livro lhe
aparecerá. Esta é a Lei. O
Princípio hermético de Causa e Efeito, no seu aspecto de Lei
de Atração, levará os ouvidos
para junto dos lábios e o livro para junto do discípulo.
Assim são os átomos!
OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS
"Os Princípios da Verdade
são Sete; aquele que os conhece perfeitamente, possui a
Chave Mágica com a qual todas as
Portas do Templo podem ser abertas
completamente." − O
CAIBALION−
Os Sete Princípios em que se
baseia toda a Filosofia hermética são os seguintes:
I. O Princípio de Mentalismo.
II. O Princípio de
Correspondência.
III. O Princípio de Vibração.
IV. O Princípio de Polaridade.
V. O Princípio de Ritmo.
VI. O Princípio de Causa e
Eleito.
VII . O Princípio de Gênero.
Estes Sete Princípios podem ser
explicados e explanados, como vamos fazer nesta lição.
Uma pequena explanação de cada um
deles pode ser feita agora, e é o que vamos fazer.
I. O Principio de Mentalismo
"O TODO é MENTE; o Universo
é Mental." − O CAIBALION −
Este Princípio contém a verdade
que Tudo é Mente. Explica que O TODO (que,é a
Realidade substancial que se
oculta em todas as manifestações e aparências que
conhecemos sob o nome de Universo
Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia,
numa palavra, sob tudo o que tem
aparência aos nossos sentidos materiais) é
ESPÍRITO, é INCOGNOSCíVEL e
INDÈFINFVEL em si mesmo, mas pode ser
considerado como uma MENTE
VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL. Ensina
também que todo o mundo fenomenal
ou universo é simplesmente uma Criação Mental
do TODO, sujeita às Leis das
Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas
partes ou unidades, tem sua
existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos,
movemos e temos a nossa existência.
Este Princípio, estabelecendo a Natureza Mental
do Universo, explica todos os
fenômenos mentais e psíquicos que ocupam grande parte
da atenção pública, e que, sem
tal explicação, seriam ininteligíveis e desafiariam o
exame científico.
A compreensão deste Princípio
hermético do Mentalismo habilita o indivíduo a abarcar
prontamente as leis do Universo
Mental e a aplicar o mesmo Princípio para a sua
felicidade e adiantamento. O
estudante hermetista ainda não sabe aplicar
inteligentemente a grande Lei
Mental, apesar de empregá−la de maneira casual.
Com a Chave−Mestra em seu poder,
o estudante poderá abrir as diversas portas do
templo psíquico e mental do
conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente.
Este Princípio explica a
verdadeira natureza da Força, da Energia e da Matéria, como e
por que todas elas são
subordinadas ao Domínio da Mente. Um velho Mestre hermético
escreveu, há muito tempo:
"Aquele que compreende a verdade da Natureza Mental do
Universo está bem avançado no
Caminho do Domínio." E estas palavras são tão
verdadeiras hoje, como no tempo
em que foram escritas. Sem esta Chave−Mestra, o
Domínio é impossível, e o
estudante baterá em vão nas diversas portas do Templo.
II. O Principio de
Correspondência
"O que está em cima é como o
que está embaixo, e o que está embaixo é como o que
está em cima." − O CAIBALION
−
Este Princípio contém a verdade
que existe uma correspondência entre as leis e os
fenômenos dos diversos planos da
Existência e da Vida. O velho axioma hermético diz
estas palavras: "O que está
em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é
como o que está em cima.’ A
compreensão deste Princípio dá ao homem os meios de
explicar muitos paradoxos
obscuros e segredos da Natureza. Existem planos fora dos
nossos conhecimentos, mas quando
lhes aplicamos o Princípio de Correspondência
chegamos a compreender muita
coisa que de outro modo nos seria impossível
compreender. Este Princípio é de
aplicação e manifestação universal nos diversos
planos do universo material,
mental e espiritual: é uma Lei Universal.
Os antigos Hermetistas
consideravam este Princípio como um dos mais importantes
instrumentos mentais, por meio
dos quais o homem pode ver além dos obstáculos que
encobrem à vista o Desconhecido.
O seu uso constante rasgava aos poucos o véu de Isis
e um vislumbre da face da deusa
podia ser percebido. Justamente do mesmo modo que
o conhecimento dos Princípios da
Geometria habilita o homem, enquanto estiver no seu
observatório, a medir sóis
longínquos, assim também o conhecimento do Princípio de
Correspondência habilita o Homem
a raciocinar inteligentemente,do Conhecido ao
Desconhecido. Estudando a mônada,
ele chega a compreender o arcanjo.
III. O Princípio de Vibração
"Nada está parado; tudo se
move;tudo vibra." − O CAIBALION −
Este Princípio encerra a verdade
que tudo está em moviirento: tudo vibra; nada está
parado; fato que a Ciência
moderna observa, e que cada nova descoberta científica
tende a confirmar. E contudo este
Princípio hermético foi enunciado há milhares de
anos pelos Mestres do antigo
Egito.
Este Princípio explica que as
diferenças entre as diversas manifestações de Matéria,
Energia, Mente e Espírito,
resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO,
que é Puro Espírito, até a forma
mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração;
quanto mais elevada for a
vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A
vibração do Espírito é de uma
intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele
está parado, como uma roda que se
move muito rapidamente parece estar parada.
Na extremidade inferior da escala
estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações
são tão vagarosas que parecem
estar paradas. Entre estes pólos existem milhões e
milhões de graus diferentes de
vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo
e a molécula, até os mundos e
universos, tudo está em movimento vibratório. Isto é
verdade nos planos da energia e
da força (que também variam em graus de vibração);
nos planos mentais (cujos estados
dependem das vibrações), e também nos planos
espirituais.
O conhecimento deste Princípio,’
com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante
hermetista conhecer as suas
vibrações mentais, assim como também a dos outros. Só os
Mestres podem aplicar este
Princípio para a conquista dos Fenômenos Naturais, por
diversos meios. "Aquele que
compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do
poder", diz um escritor
antigo.
IV. O Principio de Polaridade
"Tudo é Duplo; tudo tem
pólos; tudo tem o seu oposto;o igual e o desigual são a mesma
coisa; os opostos são idênticos
em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se
tocam; todas as verdades são
meias verdades; todos os paradoxos podem ser
reconciliados." − O
CAIBALION −
Este Princípio encerra a verdade:
tudo é Duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu
oposto, que formava um velho
axioma hermético. Ele explica os velhos paradoxos, que
deixaram muitos homens perplexos,
e que foram estabelecidos assim: A Tese e a
Antítese são idênticas em
natureza, mas diferentes em grau; os opostos são a mesma
coisa, diferindo somente em grau;
os pares de opostos podem ser reconciliados; os
extremos se tocam; tudo existe e
não existe ao mesmo tempo; todas as verdades são
meias−verdades; toda verdade é
meio−falsa; há dois lados em tudo, etc., etc.
Ele explica que em tudo há dois
pólos ou aspectos opostos, e que os opostos são
simplesmente os dois extremos da
mesma coisa, consistindo a diferença em variação de
graus. Por exemplo: o Calor e o
Frio, ainda que sejam; opostos, são a mesma coisa, e a
diferença que há entre eles
consiste simplesmente na variação de graus dessa mesma
coisa.
Olhai para o vosso termômetro e
vede se podereis descobrir onde termina o calar e
começa o frio! Não há coisa de
calor absoluto ou de frio absoluto; os dois termos calor
e frio indicam somente a variação
de grau da mesma coisa, e que essa mesma coisa que
se manifesta como calor e frio
nada mais é que uma forma, variedade e ordem de
Vibração.
Assim o calor e o frio são
unicamente os dois pólos daquilo que chamamos Calor; e os
fenômenos que daí decorrem são
manifestações do Princípio de Polaridade. O mesmo
Princípio se manifesta no caso da
Luz e da Obscuridade, que são a mesma coisa,
consistindo a diferença
simplesmente nas variações de graus entre os dois pólos do
fenômeno Onde cessa a obscuridade
e começa a luz? Qual é a diferença entre o grande
e o pequeno? Entre o forte e o
fraco? Entre o branco e o preto? Entre o perspicaz e o
néscio? Entre o alto e o baixo?
Entre o positivo e o negativo.
O Princípio de Polaridade explica
estes paradoxos e nenhum outro Princípio pode
excedê−lo. O mesmo Princípio
opera no Plano mental. Permítiu−nos tomar um
exemplo extremo: o do Amor e o
ódio, dois estados mentais em aparência totalmente
diferentes. E, apesar disso,
existem graus de ódio e graus de Amor, e um ponto médio
em que usamos dos termos Igual ou
Desigual, que se encobrem mutuamente de modo
tão gradual que às vezes temos
dificuldades em conhecer o que nos é igual, desigual ou
nem um nem outro. E todos são
simplesmente graus da mesma coisa, como
compreendereis se meditardes um
momento. E mais do que isto (coisa que os
Hermetistas consideram de máxima
importância), é possível mudar as vibrações de ódio
em vibrações de Amor, na própria
mente de cada um de nós e nas mentes dos outros.
Muitos de vós, que ledes estas
linhas, tiveram experiências pessoais da transformação
do Amor em ódio ou do inverso,
quer isso se desse com eles mesmos, quer com outros.
Podeis pois tornar possível a sua
realização, exercitando o uso da vossa Vontade por
meio das fórmulas herméticas.
Deus e o Diabo, são, pois, os pólos da mesma coisa, e o
Hermetista entende a arte de
transmutar o Diabo em Deus, por meio da aplicação do
Princípio de Polaridade. Em
resumo, a Arte de Polaridade fica sendo uma fase da
Alquimia Mental, conhecida e
praticada pelos antigos e modernos Mestres hermetistas.
O conhecimento do Princípio
habilitará o discípulo a mudar a sua própria Polaridade,
assim como a dos outros, se ele
consagrar o tempo e o estudo necessário para obter o
domínio da arte.
V. O Principio de Ritmo
"Tudo tem fluxo e refluxo;
tudo ,em suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta
por oscilações compensadas; a
medida do movimento à direita é a medida do
movimento à esquerda; o ritmo é a
compensação." − O CAIBALION −
Este Princípio contém a verdade
que em tudo se manifesta um movimento para diante e
para trás, um fluxo e refluxo, um
movimento de atração e repulsão, um movimento
semelhante ao do pêndulo, uma
maré enchente e uma maré vazante, uma maré −alta e
uma maré baixa, entre os dois
pólos, que existem, conforme o Princípio de Polaridade
de que tratamos há pouco. Existe
sempre uma ação e uma reação, uma marcha e uma
retirada, uma subida e uma
descida. Isto acontece nas coisas do Universo, nos sóis, nos
mundos, nos homens, nos animais,
na mente, na energia e na matéria.
Esta lei é manifesta na criação e
destruição dos mundos, na elevação e na queda das
nações, na vida de todas as
coisas, e finalmente nos estados mentais do I−Iomem (e é
com estes últimos que os
Hermetistas reconhecem a compreensão do Princípio mais
importante). Os Hermetistas
compreenderam este Princípio, reconhecendo a sua
aplicação universal, e
descobriram também certos meios de dominar os seus efeitos no
próprio ente com o emprego de
fórmulas e métodos apropriados. Eles aplicam a Lei
mental de Neutralização. Eles não
podem anular o Princípio ou impedir as suas
operações, mas aprenderam como se
escapa dos seus efeitos na própria pessoa, até um
certo grau que depende do Domínio
deste Princípio. Aprenderam como empregá−lo, em
vez de serem empregados por ele.
Neste e noutros métodos consiste
a Arte dos Hermetistas. O Mestre dos Hermetistas
polarizasse até o ponto em que
desejar, e então neutraliza a Oscilação Rítmica pendular
que tenderia a arrastá−lo ao
outro pólo.
Todos os indivíduos que atingiram
qualquer grau de Domínio próprio executam isto até
um certo grau, mais ou menos
inconscientemente, mas o Mestre o faz conscientemente
e com o uso da sua Vontade,
atingindo um grau de Equilíbrio e Firmeza mental quase
impossível de ser acreditado
pelas massas populares que vão para diante e para trás
como um pêndulo. Este Princípio e
o da Polaridade foram estudados secretamente pelos
Hermetistas, e os métodos de
impedi−los, neutralizá−los e empregá−los formam uma
parte importante da Alquimia
Mental do Hermetismo.
VI. O Principio de Causa e Efeito
"Toda a Causa tem seu
Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com
a Lei; o Acaso é simplesmente um
nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos
planos de causalidade, porém nada
escapa à Lei." − O CAIBALION −
Este princípio contém a verdade
que há uma Causa para todo o Efeito e um Efeito para
toda a Causa. Explica que: Tudo
acontece de acordo com a Lei, nada acontece sem
razão, não há coisa que seja
casual; que, no entanto, existem vários planos de Causa e
Efeito, os planos superiores
dominando os planos inferiores, nada podendo escapar
completamente da Lei.
Os Hermetistas conhecem a arte e
os métodos de elevar−se do plano ordinário de Causa
e Efeito, a um certo grau, e por
meio da elevação mental a um plano superior tomam−se
Causadores em vez de Efeitos.
As massas do povo são levadas
para a frente; os desejos e as vontades dos outros são
mais fortes que as vontades
delas; a hereditariedade, a sugestão e outras causas
exteriores movem−nas como se
fossem peões no tabuleiro de xadrez da Vida. Mas os
Mestres, elevando−se ao plano
superior, dominam o seu gênio. cara ’ter, suas
qualidades, poderes, tão bem como
os que o cercam e tornam−se Motores em vez de
peões. Eles ajudam a jogar a
criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível
sem partida da vida, em vez de
serem jogados e movidos por outras vontades e
influências. Empregam o Princípio
em lugar de serem seus instrumentos. Os Mestres
obedecem à Causalidade do plano
superior, mas ajudam a governar o nosso plano.
Neste preceito está condensado um
tesouro do Conhecimento hermético: aprenda−o
quem quiser.
VII. O Principio de Gênero
"O Genero está em tudo; tudo
tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino;
o gênero se manifesta em todos os
planos." − O CAIBALION −
Este princípio encerra a verdade
que o gênero é manifestado em tudo; que
o princípio masculino e o
princípio feminino sempre estão em ação. Isto é certo não só
no Plano físico, mas também nos
Planos mental e espiritual. No Plano físico este
Princípio se manifesta como sexo,
nos planos superiores toma formas superiores, mas é
sempre o mesmo Princípio.
Nenhuma criação, quer física,
quer mental ou espiritual, é possível sern este Princípio,
A compreensão das suas leis
poderá esclarecer muitos assuntos que deixaram perplexas
as mentes dos homens.
O Princípio de Gênero opera
sempre na direção da geração, regeneração e
criação’.Todas as coisas e todas
as pessoas contêm em si os dois Elementos deste
grande Princípio.
Todas as coisas machos têm também
o Elemento feminino; todas as coisas fêmeas têm
o Elemento masculino. Se
compreenderdes a filosofia da Criação, Geração e
Regeneração mentais, podereis
estudar e compreender este Princípio hermético. Ele
contém a solução de muitos
mistérios da Vida. Nós vos advertimos que este Princípio
não tem relação alguma com as
teorias e práticas luxuriosas, perniciosas e degradantes,
que têm títulos empolgantes e
fantásticos, e que nada mais são do que a prostituição do
grande princípio natural de
Gênero. Tais teorias, baseadas nas antigas formas
infamantes do Falicismo, tendem a
arruinar a mente, o corpo e a alma; e a Filosofia
hermética sempre publicou notas
severas contra estes preceitos que tendem à luxúria,
depravação e perversão dos
princípios do Natureza.
Se desejais tais ensinamentos
podeis procurá−los noutra parte: o Hermetismo nada
contém nestas linhas que sirva
para vás. Para aquele que é puro, todas as coisas são
puras; para os vis, todas as
coisas são vis e baixas.
A TRANSMUTAÇÃO MENTAL
"A Mente (tão bem como os
metais e os elementos) pode ser transmutada de estado em
estado, de grau em grau, de
condição em condição, de pólo em pólo, de vibração em
vibração. A verdadeira
transmutação hermética é uma Arte Mental." − O CAIBALION
−
Como dissemos, os Hermetistas
eram os antigos alquimistas, astrólogos e psicologistas,
tendo sido Hermes o fundador
destas escolas de pensamento. Da astrologia nasceu a
moderna astronomia; da alquimia
nasceu a moderna química; da psicologia mística
nasceu a moderna psicologia das
escolas. Mas não se pode supor que os antigos
ignoravam aquilo que as escolas
modernas pretendem ser sua propriedade exclusiva e
especial. As memórias gravadas
nas pedras do Antigo Egito mostram claramente que os
antigos tinham um grande
conhecimento de astronomia, a verdadeira construção das
Pirâmides representando a relação
entre o seu desenho e o estudo da ciência
astronômica. Não ignoravam a
Química, porque os fragmentos dos antigos escritos
mostram que eles conheciam as
propriedades químicas das coisas; com efeito, as antigas
teorias relativas à física vão
sendo vagarosamente verificadas pelas últimas descobertas
da ciência moderna,
principalmente as que se referem à constituição da matéria.
Não se deve crer que eles
ignoravam as chamadas descobertas modernas em psicologia;
pelo contrário, os egípcios eram
especialmente versados na ciência da Psicologia,
,particularmente nos ramos que as
modernas escolas ignoram; que, não obstante, têm
sido encobertos sob o nome de
ciência psíquica, que a confusão dos psicólogos da
atualidade, fazendo−lhes com repugnância
admitir que afinal pode haver alguma coisa
nela.
A verdade é que, sob a química
material, a astronomia e a psicologia (que é a psicologia
na sua fase de ação do
pensamento), os antigos possuíam um conhecimento da
astronomia transcendente, chamada
astrologia; da química transcendente, chamada
alquimia; da psicologia
transcendente chamada psicolo gía mística. Possuíam o
Conhecimento Interno como o
Conhecimento Externo, sendo o último o único possuído
pelos cientistas modernos. Entre
os muitos ramos secretos de conhecimento possuídos
pelos Hermetistas estava o
conhecido sob o nome de Transmutação Mental, que forma a
exposição material desta lição.
Transmutação é um termo
usualmente empregado para designar a antiga arte da
transmutação dos metais; particularmente
dos metais impuros em ouro. A palavra
transmutar significa mudar de uma
natureza, forma ou substância, em outra;
transformar (Webster). E da mesma
forma, Transmutação Mental significa a arte de
transformar e de mudar os
estados, as formas e as condições mentais em outras. Assim
podeis ver que a Transmutação
Mental é a Arte da Química Mental ou se quiserdes,
uma forma da Psicologia Mística
prática.
Porém estas significações estão
muito longe de serem o que exteriormente parecem.
A Transmutação, Alquimia, ou
Química, no Plano Mental é certamente muito
importante nos seus efeitos, e se
a arte cessou agora, assim mesmo não pode deixar de
ser um dos mais importantes ramos
de estudos conhecidos pelos homens. Mas isto é
simplesmente o princípio. Vejamos
a razão!
O primeiro dos Sete Princípios
Herméticos é o princípio de Mentalísmo, o seu axioma é
"O TODO é Mente; o Universo
é Mental", que significa que a Realidade Objetiva do
Universo é Mente; e o mesmo
Universo é Mental, isto é, existente na Mente do TODO.
Estudaremos este princípio nas
seguintes lições, mas deixai−nos examinar o efeito do
princípio se for considerado como
verdade.
Se o Universo é Mental na sua
natureza, a Transmutação Mental pode ser considerada
como a arte de MUDAR AS CONDIÇÕES
DO UNIVERSO, nas divisões de Matéria,
Força e Mente. Assim compreendereis
que a Transmutação Mental é realmente a Magia
de que os antigos escritores
muito trataram nas suas obras místicas, e de que dão muito
poucas instruções práticas. Se
Tudo é Mental, então a arte que ensina a transmutar as
condições mentais pode tornar o Mestre
diretor das condições materiais tão bem como
das condições chamadas
ordinariamente mentais.
De fato, nenhum alquimista, que
não esteja adiantado na Alquimia mental, pode obter o
grau necessário de poder para
dominar as grosseiras condições físicas e os elementos da
Natureza, a produção ou cessação
das tempestades e dos terremotos assim como de
outros grandes fenômenos físicos.
Que tais homens tenham existido e existam ainda
hoje, é matéria da maior certeza
para todos os ocultistas adiantados de todas as escolas.
Que existem Mestres e que eles
têm estes poderes, os melhores instrutores asseguram−
no aos seus discípulos, tendo
experiências que os . justificam nestas opiniões e
declarações. Estes Mestres não
exibem em público os seus poderes, mas procuram o
afastamento do tumulto dos
homens, com o fim de abrir melhor o seu caminho na
Senda do Conhecimento.
Mencionamos aqui a sua existência simplesmente com o fim
de chamar a vossa atenção para o
fato de que o seu Poder é inteiramente Mental, e de
que eles operam conforme as
linhas da mais elevada Transmutação mental, e em
conformidade com o Princípio
hermético de Mentalismo. "O Universo é Mental" O
CAIBALION.
Porém os discípulos e os
Hermetistas de grau inferior aos Mestres − os Iniciados e
Instrutores − podem facilmente
operar pelo Plano Mental ao praticar a Transmutação
Mental. Com efeito, tudo o que
chamamos fenômenos psíquicos, influência mental,
ciência mental, fenômenos de novo
pensamento, etc., se realiza conforme a mesma
linha geral, porque nisto está
mais um princípio oculto, do que a matéria cujo nome é
dado,ao fenômeno.
O discípulo que é praticante da
Transmutação Mental opera no Plano Mental,
transmutando as condições
mentais, os estados, etc. em outros, de acordo com diversas
fórmulas mais ou menos eficazes.
Os diversos tratamentos, as afirmações e negações,
etc., das escolas da ciência
mental são antes fórmulas freqüentemente muito imperfeitas
e não científicas, da Arte
hermética. A maioria dos praticantes modernos são muito
ignorantes em comparação com os
antigos mestres, pois eles carecem do conhecimento
fundamental sobre que é baseada a
operação.
Não somente os próprios estados
mentais podem ser mudados ou transmutados pelos
métodos herméticos; mas também os
estados mentais dos outros podem ser, e mesmo
são constantemente transmutados
na mesma direção, quase sempre inconscientemente,
mas às vezes conscientemente, por
uma pessoa que conheça as leis e os princípios, nos
casos em que a pessoa
influenciada não esteja informada dos princípios da proteção
própria. E, ainda mais, como
sabem diversos discípulos e praticantes da moderna
ciência mental, toda condição
material que depende das mentes dos outros pode ser
mudada ou transmutada de acordo
com o desejo, a vontade e os tratamentos reais da
pessoa que deseja mudar as
condições da vida. Na atualidade o Público está informado
geralmente destas coisas, que não
julgamos necessário mencioná−las por extenso;
porque o nosso propósito a este
respeito é simplesmente mostrar a Arte e o Princípio
hermético de Polaridade.
Neste livro procuramos
estabelecer os princípios básicos da Transmutação Mental, para
que todos os que lêem possam
compreender os Princípios secundários, e possuir então a
Chave−−Mestra que abrirá as
diversas portas do Princípio hermético de Polaridade.
Vamos fazer agora uma
consideração sobre o primeiro dos Sete Princípios herméticos:
o princípio de Mentalismo, que
afirma a verdade que "O TODO é Mente; o Universo é
Mental", conforme as
palavras do Caibalion. Pedimos uma atenção íntima e um estudo
cuidadoso deste grande Princípio,
da parte dos nossos discípulos, porque ele é
realmente o Princípio Básico de
toda a Filosofia hermética e da Arte hermética de
Transmutação Mental.
O TODO
"Sob as aparências do
Universo, do Tempo e do Espaço e da Mobilidade,
está sempre encoberta a Realidade
Substancial: a Verdade fundamental."
− O CAIBALION −
A Substância é aquilo que se
oculta debaixo de todas as manifestações exteriores, a
essência, a realidade essencial,
a coisa em si mesma, etc. Substancial é aquilo que existe
atualmente, que é elemento
essencial, que é real, etc. A Realidade é o estado real,
verdadeiro, permanente,
duradouro, atual de um ente.
Debaixo e dentro de todas as
aparências ou manifestações exteriores, sempre houve
uma Realidade substancial. Esta é
a Lei.
O homem, considerando o Universo,
de que é simplesmente uma partícula, observa que
tudo se transforma em matéria, em
forças e em estados mentais. Ele conhece que nada
É real, mas que, pelo contrário,
tudo é MÓVEL e CONDICIONAL. Nada está parado;
tudo nasce, cresce e morre; no
momento em que uma coisa chega a seu auge, logo
começa a declinar; a lei do ritmo
está em constante ação; não há realidade, qualidade
duradoura, fixidez ou
substancialidade em qualquer coisa que ,seja; nada é permanente, tudo se
transforma. O homem que observa as leis do Universo vê que todas as coisas
evoluem de outras coisas, e
resolvem−se em outras; vê uma constante ação e reação, um
fluxo e refluxo, uma criação e
destruição, o nascimento, crescimento e a morte. Nada é
permanente, tudo se transforma.
Se esse homem for um pensador ativo, ele realizará
todas essas coisas mudáveis, que
serão, contudo, aparências ou manifestações exteriores
da mesma Força Oculta, da mesma
realidade substancial.
Todos os pensadores de todos os
países e todas as épocas compreenderam a necessidade
de ser admitida a existência
desta Realidade substancial. Todas as filosofias dignas
deste nome acham−se baseadas
nesta opinião. Os homens deram a esta Realidade
substancial muitas denominações:
muitos designaram−na sob o termo Divindade (sob
diversos títulos); outros
chamaram−na a Eterna e Infinita Energia; outros ainda deram−
lhe simplesmente o nome de Matéria:
mas todos reconheceram a sua existência. Isto é
evidente por si mesmo, não é
necessário argumentos.
Nestas lições seguiremos o
exemplo de muitos grandes pensadores antigos e modernos
− os Mestres Hermetistas − e
designaremos esta Força Oculta, esta Realidade
substancial sob o nome de O TODO,
termo que consideramos como o mais
compreensível dos diversos termos
empregados pelo Homem para designar AQUELE
que excede toclos os nomes e
toclos os termos.
Aceitamos e ensinamos as idéias
dos grandes pensadores herméticos de todos os
tempos, assim como as destas
almas iluminadas, que galgaram elevados Planos de
existência, e que afirmam a
natureza íntima do TODO ser INCOGNOSCÍVEL. Isto é
assim que ninguém pode
compreender pelo próprio TODO por a natureza e a existência
íntima dele.
Os Hermetistas pensam e ensinam
que o TODO, em Si mesmo, é e será sempre
INCOGNOSCÍVEL. Eles consideram
todas as teorias, conjeturas e especulações dos
teólogos e metafísicos a respeito
da natureza íntima do TODO, como esforços infantis
das mentes finítas para
compreender o segredo do Infinito. Tais esforços sempre
desviaram e desviarão da
verdadeira natureza do seu fim. Uma pessoa que Prossegue
em tais investigações vai, de
circuito em circuito no labirinto do pensamento, prejudicar
o seu são raciocínio, a sua ação
e a sua conduta, até ficar totalmente inutilizada para o
trabalho da vida. É como o
esquilo, que furiosamente corre dentro da redondeza da sua
gaiola, caminhando sempre sem
nunca chegar em parte alguma, e parando só quando se
assusta: é enfim um prisioneiro.
Porém são ainda mais presunçosos
os que atribuem ao TODO a personalidade, as
qualidades e propriedades −
característicos e atributos deles mesmos, e querem que o
TODO tenha emoções, sensações e
outros característicos humanos que estão abaixo das
pequenas qualidades do gênero
humano, tais como a inveja, o desejo de lisonjas e
louvores, desejo de oferendas e adorações,
e todos os outros atributos que sobrevivem
desde a infância da raça. Tais
idéias não são dignas de pessoas maduras e vão sendo
rapidamente abandonadas.
(Vem a propósito dizer aqui que
fazemos distinção entre a Religião e a Teologia, entre
a Filosofia e a Metafísica.)
A Religião para nós é a
realização institucional da existência do TODO, e sua relação
para com ele; ao passo que a
Teologia −representa o esforço do homem em atribuir−lhe
personalidade, qualidades e
característicos, as teorias a respeito dos seus negócios,
planos, desejos e vontades, e as
apropriações de tudo isso para o ofício de mediadores
entre O TODO e O povo.
A Filosofia é, para nós, a
investigação de acordo com o conhecimento das coisas
conhecíeis e concebíveis; ao
passo que a Metafísica é o intento de levar a investigação
às regiões incognoscíveis e
inconcebíveis e além dos seus limites, com a mesma
tendência que a Teologia. Por
conseguinte, a Religião e a Filosofia são para nós coisas
que têm o seu princípio na
Realidade, ao passo que a Teologia e a Metafísica parecem
delgados caniços, enraizados na
areia movediça da ignorância, e nada mais constituem
que o mais incerto apoio para a
mente ou a alma do Homem. Não insistiremos com os
estudantes que aceitam estas
definições; só mencionamo−las para mostrar a posição em
que nos colocamos neste assunto.
Seja como for falaremos muito pouco sobre a
Teologia e a Metafísica.
Mas, conquanto a natureza
essencial do TODO seja Incognoscível, existem certas
verdades conexas com a sua
existência que a mente humana foi obrigada a aceitar. E o
exame destas verdades forma um
assunto próprio para investigações, mormente quando
elas concordam com o testemunho
do Iluminado nos planos superiores. Nós vos
convidamos a fazer estas
investigações.
"AQUELE que é a Verdade
Fundamental, a Realidade Substancial, está fora de uma
verdadeira denominação, mas o
sábio chama−o O TODO." − O CAIBALION −
"Na sua Essência, O TODO é
INCOGNOSCIVEL." − O CAIBALION −
"Mas os testemunhos da Razão
devem ser hospitaleiramente recebidas e tratados com
respeito." − O CAIBALION −
A razão humana, cujos testemunhos
devemos aceitar ao raciocinar sobre alguma coisa,
nos diz o seguinte a respeito do
TODO, mas sem pretender levantar o véu do
Incognoscível:
I. O TODO é Tudo o que É REAL.
Nada pode existir fora do TODO, porque do
contrário o TODO não seria mais o
TODO.
II. O TODO É INFINITO, porque não
há quem defina, restrinja e limite O TODO. É
Infinito no Tempo, OU ETERNO;
existiu sempre, sem cessar; porque nada há que o
pudesse criar, e se ele não
tivesse existido, não podia existir agora; existirá
perpetuamente, porque não há quem
o destrua, e ele não pode deixar de existir, porque
aquilo que é alguma coisa não
pode ficar sendo nada. É infinito no −espaço; está em
toda parte porque não há lugar
fora do TODO; é contínuo no Espaço Sem cessação,
separação ou interrupção, porque
nada há que separe, divida ou interrompa a sua
continuidade, e nada há para
encher lacunas. É Infinito ou Absoluto em Poder; porque
não há nada para limitá−lo,
restringi−lo ou acondicioná−lo; não está sujeito a nenhum
outro Poder, porque não há outro
Poder.
III. O TODO É IMUTÁVEL, ou não
está sujeito a ser mudado na sua natureza real,
nada há que possa operar mudanças
nele, nada há em que possa ser mudado nem nada
que tenha sido mudado. Não pode
ser aumentado nem diminuído, nem ficar maior ou
menor, seja qual for o motivo. Ele
sempre foi e sempre será tal como é agora: O
TODO; nada houve, nada há e nada
haverá em que ele possa ser mudado.
TODO sendo Infinito, Absoluto,
Eterno e Imutável, segue−se que tudo o que é finito,
passageiro, condicional e Mutável
não é o Todo. E como não há nada Real fora do
TODO, todas as coisas fínitas não
são Reais. Não deveis ficar admirados e espantados
das nossas palavras; não queremos
levar−vos à Ciência Cristã fundada sobre a parte
inferior da Filosofia hermética.
Há uma Reconciliação para o aparente estado
contraditório atual do assunto.
Tende paciência, que nós trataremos deste assunto em
seu tempo.
Vemos ao redor de nós que aquilo
que se chama Matéria constitui O Princípio de todas
as formas. É O TODO Simplesmente
Matéria? Absolutamente não! A Matéria não pode
manifestar a Vida ou a Mente, e
como a Vida e a Mente são manifestadas no Universo,
Porque nada é superior à sua
própria origem, nada se manifesta como efeito que não
esteja na causa, nada evolui como
conseqüente, que não tenha involuído como
antecedente. Quando a ciência
moderna nos diz que não há realmente outra coisa senão
Matéria, devemos saber que aquilo
que ela chama Matéria é simplesmente uma energia
eu força interrompida, isto é,
uma energia ou força com poucos graus de vibração.
Disse um recente escritor,
"a Matéria obscureceu−se no Mistério". Mesmo a ciência
materialista já abandonou a
teoria da Matéria e agora se apóia sobre a base da Energia.
Então o TODO é simplesmente
Energia ou Força? Não é Energia ou Força como os
materialistas empregam estes
termos, porque a energia e força deles são coisas cegas e
mecânicas, privadas de Vida ou de
Mente. A Vida ou a Mente não pode evoluir da
Energia ou Força cega, pela razão
dada acima, que: Nada é superior à sua própria
origem, nada evolui que não tenha
involuído, nada se manifesta como efeito que não
tenha a sua causa. E assim O TODO
não pode ser simplesmente Energia ou Força,
porque, se assim fosse, não
teriam existência a Vida e a Mente, e nós sabemos muito
bem que elas existem, porque
somos nós os que temos Vida, e que empregamos a
Mente para considerar esta
questão, assim como os que pretendem que a Energia ou
Força é Tudo.
Que é, pois, que sabemos existir
no Universo, que é superior à Matéria ou Energia? A
VIDA E A MENTE! A Vida e a Mente
em todos os seus diversos graus de
desenvolvimento! "Então,
perguntais, quereis dizer que O TODO É VIDA E MENTE?
Sim e Não! é a nossa resposta. Se
entendeis a Vida e a Mente como nós pobres mortais
conhecêmo−las, diremos, Não! O
TODO não é isto! "Mas, que natureza de Vida e de
Mente quereis significar?",
direis vós.
A resposta é: "A MENTE
VIVENTE, muito acima do que os mortais conhecem por
essas palavras, como a Vida e a
Mente são superiores às forças mecânicas ou à matéria;
A INFINITA MENTE é Muito superior
em comparação à Vida e à Mente finita."
Queremos exprimir o que as almas
iluminadas significam ao pronunciarem
reverentemente a palavra
ESPÍRITO!
O TODO é a Infinita Mente
Vivente; o Iluminado chama−a ESPÍRITO!
O UNIVERSO MENTAL
"O Universo é Mental: ele
está dentro da mente d’O TODO. − o CAIBALION −
O TODO é ESPÍRITO! Mas que é
Espírito? Esta pergunta não pode ser respondida,
porque a sua definição seria
praticamente a do TODO, que não pode ser explicado nem
definido. Espírito é um simples
nome que os homens dão às suas mais elevadas
concepções da Infinita Mente
Vivente; esta palavra significa a Essência Real; significa a
Mente Vivente, tão superior à
Vida e à Mente tais como as Conhecemos, quanto estas
últimas são superiores à Energia
mecânica e à Matéria. O Espírito é superior ao nosso
entendimento, e só empregamos
este termo para podermos falar do TODO. No juízo
dos pensadores e inteligentes
estamos justificados falando do Espírito como Infinita
Mente Vivente, e reconhecendo que
não Podemos compreende−Ia, quer raciocinando
sobre ela, quer estudando a
matéria na sua totalidade.
Façamos agora uma consideração
sobre a natureza do Universo, quer no seu todo, quer
nas suas partes. Que é o
UniverSO? Dissemos que nada há fora do TODO. Então o
Universo é O TODO? Não; não o é;
porque o Universo parece ser formado de
MUITOS, e está constantemente
mudando, ou, por outras palavras, ele não pode ser
comparado com as idéias que
estabelecemos a respeito do TODO. Então, se o Universo
não é o TODO, ele é o Nada; tal é
a conclusão inevitável da mente à primeira idéia.
Mas esta não satisfaz a questão,
porque sentimos a existência do Universo. Ora, se o
Universo não é O TODO, nem o
Nada, que será então? Examinemos a questão.
Se verdadeiramente o Universo
existe, ou parece existir, ele procederá diretamente do
TODO, poderá ser uma criação do
TODO. Mas como poderá alguma coisa sair do nada,
de que O TODO a teria criado?
Vários filósofos responderam a
esta pergunta, dizendo que TODO criou o Universo de
si MESMO, isto é, da existência e
substância do TODO. Mas isto não pode ser, porque
o TODO não pode ser dividido ou
diminuído, como já vimos, e se isto fosse verdade,
cada partícula do Universo não
poderia deixar de conhecer o seu ente − O TODO; o
TODO não perderia o conhecimento
próprio, nem SE TORNARIA atualmente um
átomo, uma força cega ou uma
coisa de vida humilde. Com efeito, alguns homens,
julgando que o TODO é exatamente
TUDO, e reconhecendo também que eles, os
homens, existem, aventuraram−se a
concluir que eles eram idênticos ao TODO, e
atroaram os ares com os seus
clamores de "EU SOU DEUS!" para divertimento da
multidão e sorriso dos sábios. O
clamor do corpúsculo que dissesse: "Eu sou Homem!",
seria mais modesto em comparação.
Mas, que é, pois, o Universo, se
não for o TODO separando a si mesmo em
fragmentos? Que outra coisa
poderá ser? De que coisa poderá ser feito? Esta é a grande
questão. Examinemo−la bem.
Reconhecemos que o Princípio de Correspondência (vide
a primeira lição) vem em nosso
auxílio aqui. O velho axioma hermético "o que está em
cima é como o que está
embaixo", pode ser empregado com êxito neste ponto. Permiti−
nos fazer uma rápida hipótese
sobre os planos elevados,’examínando−os em nós
mesmos. O Princípio de Correspondência
aplica−se a este como a outros problemas.
Vejamos, pois! No seu próprio
plano de existência, como cria o Homem?
Primeiramente, ele pode criar,
fazendo alguma coisa de materiais exteriores. Mas assim
não pode ser, porque não há
materiais exteriores ao TODO, com os quais ele possa
criar. Em segundo lugar, o Homem
procria ou reproduz a sua espécie pelo processo da
geração que é a própria
multiplicação por meio da transformação de uma parte da sua
substância na da sua prole. Mas,
assim também não pode ser, porque o Todo não pode
transferir ou subtrair uma parte
de si mesmo, assim como reproduzir ou multiplicar a si
mesmo: no primeiro caso haveria
uma revogação da lei, e no segundo, uma
multiplicação ou adição do TODO,
idéias totalmente absurdas. Não há nenhum outro
meio pelo qual O HOMEM cria? Sim,
há; ele CRIA MENTALMENTE! E deste modo,
não emprega materiais exteriores,
não reproduz a si mesmo, e, apesar disso, o seu
Espírito penetra a Criação
Mental.
Conforme o Princípio de
Correspondência, temos razão de considerar que O TODO
CRIA MENTALMENTE o Universo, de
um modo semelhante ao processo pelo qual o
Homem cria as Imagens mentais.
Este é o testemunho da Razão, que concorda
perfeitamente com o testemunho do
Iluminado, como ele o manifesta pelos seus ensinos
e escritos. Assim são os
ensinamentos do Sábio. Tal era a doutrina de Hermes.
O TODO não pode criar de outro
modo senão mentalmente, sem empregar qualquer
material (nada há para ser
empregado),, e nem reproduzir a si mesmo (o que é também
impossível). Não se pode escapar
desta conclusão da Razão, que, como dissemos,
concorda com os mais elevados
preceitos do Iluminado. justamente como vós podeis
criar um Universo de vós mesmos
na vossa mentalidade, aSSiM O TODO cria Universo
na sua própria Mente. Mas o vosso
Universo é criação mental de uma Mente finita,
enquanto que o do TODO é criação
de uma Mente Infinita. Ambos são análogos em
natureza, mas infinitamente
diferentes em grau. Vamos examinar cuidadosamente como
fazemos nos processos de criação
e manifestação. Mas antes de tudo é preciso fixardes
as vossas mentes nesta frase: O
UNIVERSO, E TUDO O QUE ELE CONTÉM, É
UMA CRIAÇÃO MENTAL DO TODO. COM
efeito, O TODO É MENTE!
" O TODO cria na sua Mente
infinita inumeráveis Universos, que existem por eons de
Tempo; e contudo, para O TODO, a
criação, o desenvolvimento, o declínio e a morte
de um milhão de Universos é como
que o tempo do pestanejar dum olho." − O
CAIBALION−.
"A Mente Infinita d’O TODO é
a matriz dos Universos." −O CAIBALION−.
O Princípio de Gênero (vide lição
primeira e seguintes) é manifestado em todos os
planos de vida, quer materiais,
mentais ou espirituais. Mas, como já dissemos, Gênero
não significa Sexo; o sexo é
simplesmente uma manifestação material do, gênero.
Gênero significa relativo à
geração ou criação. Em qualquer lugar, em qualquer plano,
em que uma coisa é criada ou
gerada, o Princípio de Gênero se manifesta. E isto é
verdade mesmo na criação dos
Universos.
Mas, não se deve concluir disto
que ensinamos haver um Deus ou Criador macho e
fêmea. Esta idéia é um desvio dos
antigos preceitos sobre este assunto.
O verdadeiro ensinamento é que o
TODO em si mesmo está fora do Gênero, assim
como de qualquer outra Lei, mesmo
as do Tempo e do Espaço. Ele é a Lei de que todas
as Leis procedem e não está
sujeito a elas. Contudo, quando O TODO se manifesta no
plano de geração ou criação, os
seus atos concordam com a Lei e o Princípio, porque se
realizam num plano inferior de
existência. E, por conseguinte, ele manifesta no Plano
Mental o Princípio de Gênero, nos
seus aspectos Masculino e Feminino.
Esta idéia poderá causar
admiração a alguns de vós, que aprendem−na pela primeira
vez, mas todos vós aceitaste−a
passivamente nas vossas concepções diárias. Falais na
Paternidade de Deus e na
Maternidade da Natureza; de Deus, o Pai divino e da
Natureza, a Mãe universal; logo,
reconheceis instintivamente o Princípio de Gênero no
Universo. Não é verdade?
Mas a doutrina hermética não
exprime uma dualidade real: O TODO é um; os dois
aspectos são simplesmente aspectos
de manifestação. O ensinamento é que o Princípio
Masculino manifestado pelo TODO
só impede a destruição da concepção atual do
Universo. Ele projeta o seu
Desejo no Princípio Feminino (que se chama Natureza), ao
mesmo tempo que este último
começa a obra atual da evolução do Universo, desde os
simples centros de atividade até
o homem, e subindo cada vez mais de acordo com as
bem−estabelecidas Leis da
Natureza. Se dais preferência aos velhos modos de
expressão, podeis considerar o
Princípio Masculino COMO DEUS, o Pai, e o Princípio
Feminino COMO a NATUREZA, a Mãe
Universal, em cuja matriz toclas as coisas
foram geradas. Isto não é
simplesmente uma ficção poética de linguagem; é uma idéia
do processo atual de criação do
Universo. Mas é preciso não esquecer que O TODO é
um, e que o Universo é gerado,
criado e existe na sua Mente Infinita.
Isto vos permitirá fazer uma
idéia de vós mesmos, se quiserdes aplicar a Lei de
Correspondência à vossa própria
mente e a vós mesmos. Sabeis que a parte de Vós que
chamais Eu. em certo sentido,
sustenta e prova a criação de Imagens mentais na vossa
própria mente. A parte da vossa
mente em que é realizada a geração mental pode ser
chamada o eu inferior, distinto
do Eu. que sustenta e examina os pensamentos, as idéias
e as imagens do eu inferior.
Reparai bem que "o que está em cima é como o que está
embaixo", e que os fenômenos
de um plano podem ser empregados na solução dos
enigmas de planos superiores ou
inferiores.
Será para admirar que Vós, os
filhos, sintais esta instintiva reverência pelo TODO,
sentimento que chamamos religião;
esta reverência e este respeito para com a MENTE−
PAI? Será para admirar que, ao
considerar as obras e as maravilhas da Natureza, fiqueis
dominado por um grande sentimento
que tem sua origem fora do vosso íntimo ser? É a
MENTE−MÃE que vos estreita, como
a mãe estreita seu filho ao seio.
Não deveis cometer o erro de crer
que o pequeno mundo que vedes ao redor de vós, a
Terra, que é simplesmente um grão
de areia em comparação com o Universo, seja o
próprio Universo. Existem milhões
de mundos semelhantes e maiores. Há milhões e
milhões de Universos iguais em
existência dentro da Mente Infinita do TODO. E
mesmo no nosso pequeno sistema
solar há regiões e planos de vida mais elevados que
os nossos, −e entes, em
comparação aos quais nós, míseros mortais, somos como as
viçosas formas viventes que
habitam no fundo do oceano, comparadas ao Homem. Há
entes com poderes e atributos
superiores aos que o Homem sonhou ser possuído pelos
deuses. Não obstante, estes entes
foram como vós e ainda inferiores, e, com o tempo,
vós podeis ser como eles ou
superiores a eles; porque, como diz o Iluminado, tal é o
Destino do Homem.
A Morte não é real, ainda mesmo
no sentido relativo; ela é simplesmente o Nascimento
a uma nova vida, e continuareis
sempre de planos elevados de vida a outros mais
elevados por eons e eons de
tempo. O Universo é vossa habitação e estudareis os seus
mais distantes a@,essos antes do
fim do Tempo, Residis na Mente Infinita do TODO, e
as vossas potencialidades e
oportunidades são infinitas mas somente no tempo e no
espaço. E no fim do Grande Ciclo
de EONS, O TODO recolherá em si todas as suas
criações; porém, vós continuareis
alegrernente a vossa jornada, porque então querereis
preparar−vos para conhecer a
Verdade Total da existência em Unidade com O TODO.
E, quando estiverdes na metade do
caminho, estareis calmos e serenos; sois seguros e
protegidos pelo Poder Infinito da
MENTE−MÃE.
"Dentro da Mente Pai−Mãe, o
filho mortal está na sua morada." − O CAIBALION −
"Não há nenhum órfão de Pai
ou de Mãe no Universo."O CAIBALION −
CÁPÍTULO VI
O PARADOXO DIVINO
"Os falsos sábios,
reconhecendo a irrealidade comparativa do Universo, imaginaram
que podiam transgredir as suas
Leis: estes tais são vãos e presunçosos loucos; eles se
quebram na rocha e são feitos em
pedaços pelos elementos, por causa da sua loucura. O
verdadeiro sábio, conhecendo a
natureza do Universo, emprega a Lei contra as leis, o
superior contra o inferior; e
pela Arte da Alquimia transmita aquilo que é desagradável
naquilo que é agradável, e deste
modo triunfa, O Domínio não consiste em sonhos
anormais, em visões, em vida e
imagInações fantásticas, mas sim no emprego das
forças superiores contra . as
inferiores, escapando assim das penas dos pia−nos
inferiores pela vibração nos
superiores. A Transmutação não é uma denegação
presunçosa, é a arma ofensiva do
Mestre." − O CAIBALION − .
Este é o Paradoxo do Universo,
que resulta do Princípio de Polaridade que se manifesta
quando o TODO começa a Criar. É
necessário prestar atenção, porque isto estabelece a
diferença entre a falsa e a
verdadeira sabedoria.
Enquanto que para o TODO
INFINITO, o Universo, as suas Leis, as suas Forças, a sua
Vida e os seus Fenômenos, são
como pensamentos presentes no estado de Meditação ou
Sonho; para tudo o que é Finito,
o Universo deve ser considerado como Real, e a vida, a
ação e o pensamento devem ser
baseados nele, de modo a concordar com um preceito
da Verdade superior; cada qual
concordando com o seu próprio Plano e suas Leis. Se o
TODO imaginasse−que o Universo
era verdadeira Realidade, desgraçado do Universo
porque ele não poderia subir do
inferior ao superior que a deificação; então o Universo
ficaria fixo e o progresso seria
impossível.
E se o Homem, devido à falsa
sabedoria, considerar as ações, vidas e pensamentos do
Universo, como um mero sonho
(semelhante aos seus próprios sonhos finitos), então ele
o faz tão conveniente para si, e,
como um dormidor que está passeando, tropeça sempre
num círculo vicioso, sem fazer
progresso algum, sendo, por fim, despertado por uma
queda terrível, provenIente das
Leis Naturais que ele ignora. Conservai sempre a vossa
mente nas Estrelas, mas deixai os
vossos olhos verem os vossos passos para não cairdes
na lama, por causa da vossa
contemplação de cima. Lembrai−vos do Paradoxo Divino,
que ao mesmo tempo que o Universo
NÃO EXISTE, ELE EXISTE. Lembraí−vos
sempre dos dois Pólos da Verdade:
o Absoluto e o Relativo. Tomai cuidado com as
Meias−Verdades.
Aquilo que os Hermetistas
conhecem como a Lei do Paradoxo é um aspecto do
Princípio de Polaridade. Os
escritos herméticos estão cheios de referências ao
aparecimento de Paradoxos na
consideração dos problemas da Vida e da Existência. Os
Instrutores previnem
constantemente os seus discípulos contra o erro de omitir o outro
lado de cada questão. E as suas
admoestações se referem particularmente aos problemas
do Absoluto e do Relativo, que
deixam perplexos todos os estudantes de filosofia, e que
causam muitas idéias e ações
contrárias ao que é geralmente conhecido como senso
comum. Nós prevenimos a todos os
estudantis que fiquem certos de compreender o
Paradoxo Divino do Absoluto e do
Relativo, para não ficarem atolados na lama da
Meía−Verdade. É para este fim que
foi escrita esta lição particular. Aprendei−a bem!
O primeiro pensamento que o homem
pensador tem, depois que ele compreende bem a
verdade que o Universo é uma
Criação Mental do TODO, é que o Universo, e tudo o
que ele contém, é mera ilusão,
irrealidade; idéia contra a qual os seus instintos se
revoltam. Contudo esta, como
todas as outras grandes verdades, pode ser considerada
sob os pontos de vista Absoluto e
Relativo. Sob o ponto de vista Absoluto o Universo
comparado com O TODO em si é de
natureza duma ilusão, dum sonho, duma
fantasmagoria. Sempre reconhecemo−lo
em nossas vistas ordinárias, porque falamos do
mundo como um espetáculo
transitório que vai e vem, nasce e morre, por causa do
elemento de impermanência e
mudança, limitação e insubstancialidade; idéia esta que
está em relação com a de um
Universo criado, ao passo que contrasta com a idéia do
TODO.
Filósofos, metafísicos,
cientistas e teólogos, todos são concordes sobre este ponto, que é
fundado em todas as formas de
idéias filosóficas e religiosas, assim como nas teorias
das respectivas escolas metafísicas
e teológicas.
Assim, as doutrinas herméticas
não ensinam a insubstancialidade do Universo com
palavras mais altíssonas do que
as que vos são familiares, mas, apesar disso, o seu modo
de encarar o assunto parecerá uma
coisa mais assustadora. Uma coisa que tem um
princípio e um fim pode ser
considerada, em certo sentido, como irreal e não
verdadeira; e, conforme todas as
escolas de.− pensamento, o Universo está sob esta lei.
No ponto Absoluto de vista, nada
há real a não ser o TODO, que não pode ser
realmente explicado. Ou o
Universo é criado da Matéria, ou é uma criação mental na
Mente do TODO: ele é
insubstancial, não−duradouro, uma coisa de tempo, espaço e
mobilidade. É necessário
compreenderdes cabalmente isto, antes de, passardes a
examinar as concepções herméticas
sobre a natureza mental do Universo. Examinai
cada uma das outras concepções e
vereis que elas não são verdadeiras.
Mas o ponto de vista Absoluto
mostra um só lado do Panorama; o outro lado é o
Relativo. A Verdade Absoluta foi
definida como sendo as Coisas como a mente de
Deus as conhece, ao passo que a
verdade Relativa são as Coisas como a mais elevada
razão do Homem as compreende.
Assim, ao passo que para o Todo o Universo é irreal e
ilusório, um simples sonho ou
resultado de meditação; para as mentes finitas que fazem
parte deste mesmo Universo e o
observam através das suas faculdades, ele é
verdadeiramente real e assim deve
ser considerado. Ao reconhecer o ponto de vista
absoluto, não devemos cometer o
erro de negar ou ignorar os fatos e fenômenos do
Universo do modo como estes se
apresentam às nossas faculdades: lembremos que não
somos o TODO.
Para dar um exemplo familiar,
todos reconhecemos que a Matéria existe para os nossos
sentidos, e estaríamos errados a
mente finita se o não reconhecêssemos. Mas, sempre a
nossa mente finita compreende a
afirmação científica que, falando cientificamente, não
há nada mais que a Matéria;
aquilo que chamamos Matéria é considerado como sendo
simplesmente uma agregação de
átomos, os quais são um grupo de unidades de forças
chamadas elétrons ou íons, que
estão em constante vibração e movimento circular.
Batemos numa pedra e sentimos o
baque; parece ser uma coisa real, mas é
simplesmente o que dissemos
acima. Mas lembramo−nos que o nosso pé, que sente o
baque, também é Matéria, e
portanto é constituído de elétrons, porque esta matéria
também é nosso cérebro. E, para
melhor dizer, se não fosse por causa da nossa Mente,
absolutamente não poderíamos
reconhecer o pé ou a pedra.
Assim, o ideal do artista ou
escultor, que ele tanto esforça para reproduzir na tela ou no
mármore, parece verdadeiramente
real para ele. Assim se produzem os caracteres na
mente do autor ou dramaturgo, o
qual procura expressá−los de modo que os outros os
possam reconhecer. E se isto é
verdade no caso da nossa mente fínita, qual não será o
grau de Realidade nas imagens
Mentais criadas na Mente do Infinito? õ amigos, para os
mortais este Universo de
Mentalidade é verdadeiramente real; é o único que sempre
podemos conhecer, ainda que
subamos de planos a Planos cada vez mais elevados. Para
conhecê−lo de outro modo, pela
experiência atual, teríamos de ser o TODO mesmo. É
verdade que quanto mais alto nos
elevamos na escada − alcançamos as proximidades da
mente do Pai − as coisas mais
visíveis tomam a natureza ilusória das coisas finitas, Mas
antes que o TODO nos retire em si
a visão atual não desaparece.
Assim, não devemos viver acima
das formas da ilusão. Desde que reconhecemos a
natureza real do Universo,
procuremos compreender as suas leis mentais e nos
esforcemos em empregá−las para
obtermos melhor resultado no nosso progresso através
da vida, ao caminharmos de um
plano a outro plano de existência. As Leis do Universo
não são as pequenas Leis Férreas,
por causa da sua natureza mental. Tudo, exceto o
TODO, é limitado por elas. Aquilo
que está NA MENTE . INFINITA DO TODO é
REAL em grau relativo a esta
mesma Realidade que é revestida na natureza do TODO.
Não fiquemos, pois, incertos e
atemorizados: somos todos FIRMEMENTE CONTIDOS
NA MENTE INFINITA DO TODO e nada
nos pode prejudicar e nos intimidar. Não há
força fora do TODO para agir
sobre nós. Podemos, pois, ficar calmos e tranqüilos. Há
um mundo de conforto e
tranqüilidade nesta realização depois de atingida. Então
"calmos e tranqüilos
repousaremos, embalados no Berço do Abismo"; ficando sem
perigo no seio dc. Oceano da
Mente Infinita, que é o TODO. NO TODO, move,remos,
viveremos e teremos nossa
existência.
A Matéria não é para nós a
Matéria inferior, enquanto vivemos no plano da Matéria,
apesar de sabermos que é
simplesmente uma agregação de elétrons ou partículas de
Força, que vibram rapidamente e
giram umas ao redor das outras na formação de
átomos; os átomos vibram e giram
formando moléculas que, por sua vez, formam as
grandes massas de Matéria. A
Matéria não é para nós a Matéria inferior, quando
prosseguimos nas investigações
mais elevadas, e aprendemos dos Preceitos herméticos
que a Força, da qual os elétrons
são unidades, é simplesmente uma manifestação da
mente do TODO, e assim no
Universo tudo é simplesmente Metal em sua natureza.
Enquanto no Plano da Matéria,
podemos reconhecer os seus fenômenos, poderemos
examíná−la (como o fazem todos os
Mestres de graus mais ou menos elevados), mas
fazemo−lo aplicando as forças
superiores. Cometeremos uma loucura pretendendo
negar a existência da Matéria no
aspecto relativo. Podemos negar o seu domínio sobre
nós, devemos fazer, mas não
devemos ignorar que ela existe em seus aspectos relativos,
ao menos enquanto no seu plano.
As Leis da Natureza não são menos
constantes ou efetivas, como sabemo−lo, apesar de
serem simplesmente criações
mentais. Elas estão em muitos efeitos dos diversos planos.
Dominamos as leis inferiores
aplicando−lhes as que lhes são superiores; e somente por
este modo. Mas não podemos
escapar da Lei e ficar inteiramente fora dela. Nada senão
O TODO pode escapar da Lei; e
isto é porque o TODO é a própria LEI, de que todas as
Leis procedem. Os mais adiantados
Mestres podem adquirir os poderes usualmente
atribuídos aos deuses do homem; e
há inúmeras ordens de entes, na grande hierarquia
da vida, cujas existências e
poderes excedem mesmo os dos mais elevados Mestres entre
os homens a um grau imaginário
para os mortais. contudo, o mais elevado dos Mestres
e o Ente mais elevado devem
curvar−se à Lei e ser como Nada diante do Todo. De o
modo que se mesmo estes Entes,
cujos poderes excedem o atribuídos pelos homens aos
seus deuses, estão subordinados à
Lei, imaginai qual não será a presunção do homem
mortal da nossa raça e do nosso
grau, quando ousa considerar as Leis da Natureza como
irreais, visionárias e ilusórias,
porque chegou a compreender a verdade que as Leis são
de natureza mental e simples
Criações Mentais do TODO. Estas Leis, que O TODO
destinou para governar as leis,
não podem ser desafiadas nem argüidas. Enquanto durar
o Universo, elas durarão, porque
o Universo só existe pela virtude destas Leis, que
formam o seu vigamento e que ao
mesmo tempo o mantém.
O Princípio hermético de
Mentalismo, explicando a verdadeira natureza do Universo
por meio do princípio que tudo é
Mental, não muda as concepções científicas do
Universo, da Vida ou da Evolução.
Com efeito, a ciência simplesmente corrobora os
Ensinamentos herméticos. Estes
últimos ensinam que a natureza do Universo é Mental,
ao passo que a ciência moderna
disse que ele é Material; ou (ultimamente) que ele é
Energia, em última análise. Os
Preceitos herméticos não caem no erro de combater os
princípios básicos de Herbert
Spencer que afirmam a existência de unia "Energia
Infinita e Eterna da qual todas
as coisas procedem". Com efeito, os Hermetistas
reconhecem na filosofia de
Spencer a mais elevada exposição das operações das Leis
naturais que foram promulgadas
até agora, e eles crêem que Spencer foi uma
reencarnação de um antigo
filósofo que viveu no Egito, milhares de anos antes e que
por último se tinha encarnado
como Heráclito, filosofo grego que viveu em 500 antes
de Cristo. E eles consideram esta
idéia da "Energia Infinita e Eterna" como partindo
diretamente da linha dos
Preceitos herméticos, sempre com o acréscimo da sua própria
doutrina que esta Energia (de
Spencer) é a Energia da Mente do TODO. Com a Chave−
Mestra da Filosofia hermética, o
estudante poderá abrir várias portas das mais elevadas
concepções filosóficas do grande
filósofo inglês, cuja obra manifesta os resultados da
preparação das suas encarnações
precedentes. A sua doutrina a respeito da Evolução e
do Ritmo está na mais perfeita
concordância com os Preceitos herméticos sobre o
Princípio do Ritmo.
Assim, o estudante do Hermetismo
não deve desprezar quaisquer destes pontos de vista
científicos a respeito o
Universo. Todos devem ser interrogados para se concluir e
compreender o princípio oculto
que "O TODO é Mente; o Universo é Mental e criado
na Mente d’O TODO". Eles
crêem que os outros seis dos Sete Princípios se adaptarão a
esta doutrina científica e
servirão para esclarecê−la. Não há que admirar, ao
encontrarmos a influência do
pensamento hermetista nos primitivos filósofos da Grécia,
em cujas idéias fundamentais se
baseiam em grande parte as teorias da ciência moderna.
A aceitação do Primeiro Princípio
hermético (o de Mentalismo) é o único grande ponto
de diferença entre a ciência
moderna e os estudantes hermetistas, mas a Ciência se
dirige gradualmente para o lado
dos hermetistas nas suas apalpadelas no meio da
escuridão para encontrar um
caminho de saída do Labirinto em que vaga nas suas
pesquisas pela Realidade.
O fim desta lição é gravar na
mente dos nossos estudantes a verdade que, para todos os
intentos e propósitos, o Universo
e suas leis, seus fenômenos, são justamente REAIS,
que mesmo o Homem está incluído
nelas, de modo que poderiam estar sob a hipótese
de Materialismo ou Energismo. Sob
qualquer hipótese o Universo no seu aspecto
exterior é mutável e transítório;
e por isso sem substancialidade e realidade. Mas (notai
o outro pólo da verdade), sob
qualquer das mesmas hipóteses, somos compelidos a,
AGIR E VIVER COMO se as coisas
transitórias fossem reais e substanciais. Há sempre
esta diferença entre as diversas
hipóteses, ; que sob os velhos pontos de vista o Poder
Mental era ignorado como Força
Natural, ao passo que sob o Mentalismo ele se torna
uma grande Força Natural. Esta
diferença revoluciona a Vida daqueles que
compreendem este Princípio, as
leis que dele resultam e as suas práticas.
De modo que todos os estudantes
devem compreender as vantagens do mentalismo e
aprender a conhecer, usar e
aplicar as leis que dele resultam. Mas não devem cair na
tentação que, como diz o
Caibalion, domina os falsos sábios e os deixa hipnotizados
pela aparente irrealidade das
coisas, tendo como conseqüência eles andarem para trás
como desvairados, vivendo num
mundo de sonhos, ignorando o trabalho e a vida do
homem, sendo o seu fim
"quebrarem−se contra as rochas e se despedaçarem pelos
elementos, por causa da sua
loucura". Em primeiro lugar vem o exemplo do sábio, que
a mesma autoridade estabelece do
modo seguinte: "ele emprega a Lei contra as Leis, o
superior contra o inferior e pela
Arte da Alquimia transmuta o que é desagradável no
que é agradável e deste modo
triunfa." Seguindo a autoridade, combatamos também a
falsa sabedoria (que é uma
loucura), que ignora a verdade: "O Domínio não consiste em
visões e sonhos anormais, em vida
e imaginações fantásticas, mas sim no emprego das
forças superiores contra as
inferiores, escapando assim das penas dos planos inferiores
pela vibração nos
superiores." Lembrai−vos, sempre, estudantes, que "a Transmutação
não é uma presunçosa denegação,
mas sim a arma ofensiva do Mestre". As citações
acima são do Caibalion e são
dignas de serem conservadas na memória do estudante.
Nós não vivemos num mundo de
sonhos, mas sim num Universo que, enquanto
relativo, é real tanto quanto as
nossas vidas e ações são interessadas. A nossa ocupação
no Universo não é negar a sua
existência, mas sim viver, empregando as Leis para nos
elevarmos do inferior ao
superior, fazendo o melhor que podemos sob as circunstâncias
que aparecem cada dia, e vivendo,
tanto quanto é possível, para as nossas idéias
elevadas e os nossos ideais. O
verdadeiro fim da Vida não é conhecido pelo homem
neste plano; as maiores
autoridades e a nossa própria intuição dizem−nos que não
cometeríamos erro vivendo do modo
melhor que pudermos, e segundo a tendência
Universal no mesmo ponto, apesar
das aparentes evidências em contrário. Todos
estamos no Caminho, e a estrada
conduz sempre para cima, deixando muitos lugares
atrás.
Lede a mensagem do Caibalion, e
segui o exemplo do sábio, fugindo do erro do falso
sábio que perece por causa da sua
loucura.
O TODO EM TUDO
"Enquanto Tudo está n’O
TODO, é também verdade que O TODO está em Tudo.
Aquele que compreende realmente
esta verdade alcançou o grande conhecimento." − O
CAIBALION −
Quantas vezes a maioria das
pessoas ouviram repetir a declaração que a sua Divindade
(chamada por muitos nomes) era
"Todo em Tudo,,, e quão Pouco suspeitaram elas da
verdade oculta, encoberta por
estas palavras tão descuidadamente pronunciadas? A
expressão comumente usada é uma
sobrevivência da antiga máxima hermética acima
citada. Como diz o Caibalion:
"Aquele que compreende realmente esta verdade
alcançou o grande
conhecimento." E, sendo assim, permiti−nos examinar esta verdade,
cujo conhecimento tanto
significa. Nesta exposição da verdade − esta máxima
hermética − está encoberta uma
das maiores verdades filosóficas, científicas e
religiosas.
Nós vos explicamos o Preceito
hermético a respeito da Natureza mental do Universo: a
verdade que "o Universo é
Mental; ele está dentro da Mente d’O TODO". Diz o
Caibalion na passagem citada
acima: "Tudo está n’O TODO." Mas note−se também a
declaração correlativa, que:
"É também verdade que O TODO está em TUDO." Esta
declaração aparentemente
contraditória é reconciliável pela Lei do Paradoxo. É, aliás,
uma exata declaração hermética
das relações que existem entre o TODO e o seu
Universo mental. Vimos que
"Tudo está n’O TODO", vejamos agora o outro aspecto do
assunto.
Os Ensinos herméticos são, com
efeito, que o Todo está iminente (permanece, está
inerente, habita) no seu
Universo, e em cada partícula, unidade ou combinação, dentro
do Universo. Esta expressão é
geralmente ilustrada pelos Instrutores com uma
referência ao Princípio de
Correspondência. O Instrutor ensina o discípulo a formar
uma Imagem mental de uma coisa,
uma pessoa ou uma idéia, porque todas as coisas
têm uma forma mental; dando como
exemplo o ator dramático que forma uma idéia dos
seus caracteres, ou um pintor ou
escultor que forma uma imagem de um ideal que ele
procura exprimir pela sua arte.
Neste caso, o estudo ante deve compreender que,
enquanto a imagem tem a sua
existência e ser somente em sua própria mente, ao mesmo
tempo ele, o estudante, autor,
dramaturgo, pintor ou escultor, está em certo sentido
imanente, e permanece, habita, na
imagem mental. Em outras palavras, toda a virtude,
vida, espírito e realidade da
imagem mental é derivada da mente ímanente do pensador.
Considerai isto por um momento e
logo compreendereis a idéia.
Para tomarmos um exemplo moderno,
diremos que Otelo, lago, Hamlet, Lear, Ricardo
III, existiram somente na mente
de Shakespeare, no tempo da sua concepção ou criação.
E ainda, Shakespeare também
existiu em cada um destes caracteres, dando−lhes a sua
vitalidade, espírito e ação. Qual
é o et espírito)> dos caracteres que conhecemos como
Micawber, Oliver Twist, Uriah
Heep; será Dickens, ou cada um destes caracteres terá
um espírito pessoal, independente
do seu criador? Têm a Vênus de Medici, a Madona
Sixtina, o Apolo de Belvedere,
espírito e realidade de si próprios, ou representam eles o
poder espiritual e mental dos
seus criadores? A Lei de Paradoxo demonstra que as duas
proposições são verdadeiras,
consideradas no seu próprio ponto de vista. Micawber é
Micawber e é também Dickens. E,
demais, enquanto que Micawber pode ser dito
Dickens, o mesmo Dickens não é
idêntico a Micawber. O homem, como Micawber,
pode exclamar: "O Espírito
do meu Criador está inerente em mim e, apesar disso, eu
não sou ELE!" Quão diferente
é esta da horrível mela−@,erdade tão estrondosamente
anunciada por alguns dos falsos
sábios, que enchem a atmosfera dos seus gritos: "Eu
sou Deus!" Imaginai o pobre
diabo de Micawber ou de Uriah Heep, gritando: "Eu sou
DI’Ckens"; ou algum dos
humildes bobos das peças de Shekespeare, anunciando com
grandiloqüência: "Eu sou
Sbakespeare!" O TODO está até na minhoca, contudo, a
minhoca está longe de ser o TODO.
E até, é de admirar que, conquanto a minhoca só
exista como uma ooisa humilde, criada
e tendo a sua existência na Mente do TODO,
ele, O TODO, esteja imanente na
minhoca e nas partículas que a formam. Haverá talvez
um mistério maior que o de Tudo
n’O TODO, e O TODO em Tudo?
O estudante perceberá no correr
da obra que os exemplos dados acima são
necessariamente imperfeitos e
inadequados, porque representam a criação de imagens
mentais na mente fínita, ao passo
que o Universo é criação da Mente Infinita e a
diferença entre os dois pólos as
separa.
E assim é simplesmente uma
questão de grau, porque em ambas o mesmo Princípio está
em operação: o Princípio de
Correspondência manifesta−se nelas. "O que está em cima
é como o que está embaixo; e o
que está embaixo é como o que está em cima.,"
E, no grau em que o Homem realize
a existência do Espírito que está imanente no seu
ser, ele subirá na escada
espiritual da vida. Eis o que significa desenvolvimento
espiritual: o reconhecimento, a
realização e manifestação do Espírito dentro de nós.
Procurai não esquecer−vos desta
última definição: a do desenvolvimento. Ela contém a
Verdade da verdadeira Religião.
Existem muitos planos de
Existência, muitos subplanos de Vida, muitos graus de
existência no Universo. E tudo
depende do avançamento dos entes na escada, cuja ponta
mais inferior é a mais grosseira
matéria, e a mais superior sendo separada somente pela
mais pequena divisão do ESPÍRITO
Do TODO. Nesta Escada da Vida, tudo se move
em cima e embaixo. Todos estão no
cam inho, Cujo fim é o TODO. Todo o progresso é
uma volta à Morada própria. Tudo
está em cima e embaixo, apesar de todas as
aparências contraditórias. Tal é
a mensagem do Iluminado.
Os Preceitos herméticos
referentes ao processo da Criação Mental do Universo são que,
no começo do Ciclo de Criação, O
TODO, em seu aspecto de Existência projeta a sua
Vontade sobre o seu aspecto de
Estado, e o processo de criação começa.
Dizem que o processo consiste no
abaixamento da Vibração até que é alcançado um
grau bem inferior de energia
vibratória, no qual ponto é manifestada a forma mais
grosseira possível da Matéria.
Este processo é chamado o estado de Involução, em que
o TODO está involuído, ou envolvido
dentro da sua criação. Este processo é
considerado pelos hermetistas
como tendo correspondência com o processo mental de
um artista, escritor ou inventor,
que também, fica envolvido na sua criação mental
como quase esquecendo a sua
própria existência e que, por algum tempo, quase vive na
sua criação. Se em vez de
envolvido usarmos a palavra êxtase, talvez possamos dar uma
pequena idéia do que queremos
dizer.
Este estado Involutivo da Criação
é muitas vezes chamado a Efusão da Energia Divina,
como o estado Evolutivo é chamado
Infusão. O pólo extremo do processo de Criação é
considerado como sendo o mais
afastado movido pelo TODO, enquanto que o princípio
do estado Evolutivo é considerado
como o princípio da volta do pêndulo do Ritmo;
sendo expressa em todos os
Ensinos herméticos uma idéia de volta à ’ casa.
Os Preceitos são que durante a
Elusão, as vibrações tor, nam−se cada vez mais
inferiores até que finalmente a
restringência cessa, e as vibrações de volta começam.
Mas há uma diferença: ao passo
que na Elusão as forças criadoras manifestam−se
compactamente e como um todo, no
começo do estado Evolutivo ou de Infusão, é
manifestada a Lei de
Individualização, que é a tendência a separar em Unidas de Força,
até que finalmente aquilo que se
separou do TODO como energia não individualizada
volte à sua fonte como Unidade de
Vida altamente desenvolvida, tendo subido de mais
a mais na escada por meio da
Evolução Física, Mental e Espiritual.
Os antigos hertnetistas usam a
palavra Meditação, ao degcrever o processo da criação
mental do Universo na Mente do
TODO, a palavra contemplação sendo também
freqüentemente empregada. Mas a
idéia entendida parece ser a do emprego da Atenção
Divina. Atenção é uma palavra
derivada de um verbo latino, que significa estender−se,
desdobrar−se, e também o ato de.
Atenção é realmente um desdobramento mental, uma
extensão da energia mental, de
modo que a idéia interior é facilmente compreendida
quando examinamos o significado
real da Atenção,.
Os Ensinos herméticos a respeito
do processo de Evolução são os que o Toi)o, tendo
meditado no princípio da Criação,
tendo estabelecido então os fundamentos materiais
do Universo, tendo pensado na sua
existência, gradualmente desperta da sua Meditaação
e assim começa a manifestar o
processo de Evolução, nos planos material, mental e
espiritual, sucessivamente e em
ordem. Então o movimento de ascensão começa, e tudo
começa a mover−se para a mansão
espiritual. A Matéria torna−se menos grosseira; as
Unidades nascem à existência; as
combinações começam a formar−se; a Vida aparece e
manifesta−se em formas cada vez
mais elevadas; e a Mente torna−se cada vez mais
evidente, as vibrações sendo
constantemente mais elevadas. Em resumo, o promso total
da Evolução, em todas as suas
fases, começa e procede de acordo com as Leis
estabelecidas do processo de
Infusão. Todas ocupam eons e eons do tempo do Homem,
cada eon contendo muitos milhões
de anos; porém, como nos diz o Iluminado, a criação
inteira, incluindo a Involução e
a Evolução de um Universo, é para o TODO
simplesmente como um piscar de
olhos. No fim dos inúmeros ciclos de eons de tempo,
O TODO retira a sua Atenção, sua
Contemplação e Meditação do Universo, porque a
Grande Obra está acabada e Tudo
está retirado no TODO de que provém. Mas, 6
Mistério dos Mistérios!, o
Espírito de cada alma não é aniquilado, mas sim expandido
infinitamente, a Criatura e o
Criador são confundidos. Tal é a relação do Iluminado!
A precedente ilustração da
meditação e do subseqüente despertamento da meditação do
TODO é mais um esforço dos
Instrutores para descrever o processo Infinito por um
exemplo finito. E, ainda: O que
está em cima é como o que está embaixo, e o que está
embaixo é como o que está em
cima. A diferença é somente em grau. E assim COMO
O TODO desperta−se da meditação
sobre o Universo, assim o Homem (no tempo)
cessa de manifestar no Plano
Material, e retira−se cada vez mais no Espírito presente,
que é realmente O Ego Divino.
Há um assunto maior de que
desejamos falar−vos nesta lição, e que nos levaria
imediatamente a uma invasão do
campo da especulação −metafísica; contudo, o nosso
fim é simplesmente mostrar a
futilidade de tais especulações. Aludimos à questão que
inevitavelmente vem à mente de
toclos os pensadores que se aventuraram a investigar a
Verdade. A pergunta é: POR QuE
criou o TODO os Universos? A pergunta pode ser
feita de diferentes formas, mas a
que vai acima é o essencial da investigação.
Os homens esforçaram−se para
responder a esta pergunta, mas ainda não há resposta
digna de nome. Muitos imaginaram
que o TODO tem muito a ganhar com isto, mas isto
é absurdo; porque, que poderia
ganhar O TODO que já não possua? Outros deram a
resposta na idéia que o TODO quis
que tudo amasse, e outros que ele criou por prazer e
divertimento, ou porque estava
só, ou para manifestar o seu poder: todas respostas e
idéias pueris, qualidades do
período infantil do pensamento.
Outros acreditaram descobrir o
mistério afirmando que o TODO achou−se impelido a
criar, pela razão da sua própria
natureza interna, o seu instinto criador, Esta idéia é mais
adiantada que as outras, mas o
seu ponto fraco está na idéia de que o TODO é impelido
por alguma coisa, quer interna,
quer externa. Se a sua natureza interna, ou instinto
criador, impele−o a fazer as
coisas, então a natureza interna ou o instinto criador seria o
Absoluto, em vez do TODO, e neste
caso esta parte da proposição está errada. E, ainda,
o TODO cria e manifesta, e parece
ter muitas qualidades de satisfações em fazê−lo. E é
difícil de escapar da conclusão
que, em grau infinito, ele poderia ter o que corresponde
no homem a uma natureza inata, ou
um instinto criador, correspondente a um infinito
I)esejo e Vontade. Não poderia
agir sem Querer agir; e não poderia Querer agir sem
Desejar agir; e não Desejaria
agir sem Satisfação nisso. E todas estas coisas
pertenceriam a uma Natureza
Infinita, e podem ser consideradas como estando de
acordo com a Lei de
Correspondência. Mas, ainda, preferimos considerar O TODO
como agindo inteiramente LIVRE de
toda influência, tanto interna como externa. Isto é
o problema que se apóia na raiz
da dificuldade, e a dificuldade que se apóia na raiz do
problema.
Falando estritamente, não se
poderá dizer que haja uma Razão para o TODO agir,
porque uma razão implica uma
causa, e o TODO está acima da Causa e do Efeito,
exceto quando ele quer tomar−se
causa, tempo em que o Princípio é posto em
movimento. Assim, dizeis, o
assunto é Incompreensível, justamente como o TODO é
incognoscível. Justamente como
dizemos simplesmente que o TODO "É", assim
também somos obrigados a dizer
que O TODO AGE PORQUE AGE. Enfim, O TODO
é toda Razão em si mesma, toda
Lei em si mesma, toda Ação em si mesma; e pode−se
dizer que, em verdade, o TODO é a
sua própria Razão, a sua própria Lei, a sua própria
Ação; ou que o TODO, a sua Razão,
a sua Ação, a sua Lei, são um, com todos estes
nomes sendo de uma só coisa. Na
opinião dos que vos dão estas lições, a resposta se
encerra no PRÓPRIO INTIMO DO
TODO, junto com o seu Segredo de Existência.
A Lei de Correspondência, na
nossa opinião, compreende somente este aspecto do
TODO, que pode ser chamado o
aspecto de ESTADO.
O lado oposto deste aspecto é o
aspecto de EXISTÊNCIA, no qual toda ’ s as Leis
perdem−se na LEI, todos os
Princípios imergem no PRINCÍPIO; e o TODO, o
PRINCÍPIO, a EXISTÊNCIA, SãO
IDÊNTICOS ENTRE SI (uns aos outros). Por isso,
as especulações metafísicas sobre
este ponto são fúteis. Entramos aqui no assunto,
simplesmente para mostrar que conhecemos
a pergunta e também o absurdo das
respostas ordinárias das
metafísicas e teologias.
Em conclusão, poderá ser de
interesse aos estudantes dizer−lhes que apesar de muitos
dos antigos e modernos Preceitos
herméticos tenderem a aplicar o Princípio de
Correspondência à questão, com o
que resulta a conclusão da Natureza Intima, mesmo
assim as lendas contam que
Hermes, o Grande, sendo interrogado sobre esta questão
pelos seus adiantados discípulos,
respondeu−lhes FECHANDO OS SEUS LÁBIOS
COM FIRMEZA e não dizendo uma
palavra, indicando que NÃO HAVIA
RESPOSTA. Mas, então, ele podia
ter entendido de aplicar o axioma da sua filosofia,
que diz: "Os lábios da
Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento",
significando que ainda os seus
discípulos adiantados não possuíam o Entendimento que
os habilitava ao Preceito. Seja
como for, se Hermes possuía o Segredo, ele deixou de o
comunicar, e embora o mundo tome
muito interesse, OS LÁBIOS DE I−IERMES
ESTÃO FECHADOS a este respeito. E
quando o Grande Hermes hesitou em falar, qual
mortal poderá atrever−se a
ensinar?
Porém, deveis lembrar que ainda
que seja aquela a resposta deste problema, se
porventura há uma resposta,
permanece a verdade que: "Enquanto Tudo está n’O
TODO, é também verdade que O TODO
está em Tudo." O Preceito é enfático. E
podemos acrescentar−lhe as
palavras conclusivas de citação:"Aquele que compreende
realmente esta verdade alcançou o
grande conhecimento."
OS PLANOS DE CORRESPONDÊNCIA
"O que está em cima é como o
que está embaixo, e o que está embaixo é como o que
está em cima."
O Segundo Grande Princípio
hermético explica a verdade que há uma harmonia, uma
correlação e correspondência
entre os diferentes planos de Manifestação, Vida e
Existência. Esta afirmação é uma
verdade porque tudo o que está incluído no Universo
emana da mesma fonte, e as mesmas
leis, princípios e característicos se aplicam a cada
unidade, ou combinação de
unidades de atividade, assim como cada uma manifesta seus
fenômenos no seu próprio plano.
Para um fim de conveniência do
pensamento e do estudo, a Filosofia hermética
considera que o Universo pode ser
dividido em três grandes classes de fenômenos,
conhecidas como os Três Grandes
Planos denominados:
I.
O
Grande Plano Físico.
II.
O
Grande Plano Mental.
III. O Grande
Plano Espiritual.
Estas divisões são mais ou menos
artificiais e arbitrárias, porque a verdade é que todas
as três divisões não são senão
graus ascendentes da grande escada da Vida, o ponto
mais baixo da qual é a Matéria
não diferenciada, e o ponto mais elevado o Espírito. E,
aliás, os diversos Planos
penetram uns nos outros, assim esta não sólida e exata divisão
pode ser colocada entre os mais
elevados fenômenos do Plano Físico e o mais inferior
do Plano Mental; ou entre os mais
elevados do mental e os mais baixos do Físico.
Enfim, os Três Grandes Planos
podem ser considerados como três grandes grupos de
graus de Manifestação vital.
Apesar do fim deste pequeno livro não nos permitir
entrarmos em extensa discussão ou
explicação do objeto destes diferentes planos,
contudo, pensamos ser bom dar
aqui uma descrição geral dos mesmos.
A princípio devemos considerar
bem a pergunta tantas vezes feita pelo neófito, que
deseja ser informado a respeito
do significado da palavra "Plano", termo
que tem sido muito usado e pouco
explicado em muitas obras de ocultismo. A pergunta
é geralmente expressa assim:
"É um Plano um lugar tendo dimensões, ou é
simplesmente uma condição ou
estado?" Respondemos: "Não; não é um lugar, nem uma
dimensão ordinária do espaço; é
ainda mais que um estado ou uma condição e, apesar
disso, o estado ou a condição é
um grau de dimensão, em escala sujeita à medida." Um
tanto paradoxal, não é verdade?
Porém examinemos a matéria. Uma "dimensão", vós o
sabeis, é "uma Medição em
linha reta, em relação à medida", etc. As dimensões
ordinárias do espaço são
comprimento, largura e altura, ou talvez comprimento, largura,
altura, espessura ou
circunferência. Há uma outra dimensão das coisas criadas, ou
medida em linha reta, conhecida
pelos ocultistas, como também por cientistas, apesar
destes últimos não a chamarem com
o termo "dimensão"; e esta nova dimensão, que
futuramente será a mais
investigada como Quarta Dimensão, é a marca usada na
determinação dos graus ou Planos.
Esta Quarta Dimensão pode ser
chamada a Dimensão da Vibração. Este é um fato bem
conhecido para a moderna ciência,
como para os hermetistas, que estabeleceram a
verdade no seu Terceiro Princípio
hermético, que "tudo se move, tudo vibra, nada está
parado". Desde as
manifestações mais elevadas até às mais baixas, todas as coisas
vibram. Não somente elas vibram
em diferentes coeficientes de movimento, mas
também em díversas direções e de
diferentes maneiras. Os graus de coeficiente das
vibrações constituem os graus de
medição na Escala de Vibrações, ou em outras
palavras, os graus da Quarta
Dimensão. E estes graus,formam o que os ocultístas
chamam "Planos". O mais
elevado grau de vibração constitui o plano mais elevado e a
mais elevada manifestação da Vida
que ocupa este plano. Assim, apesar de um plano
não ser um lugar, nem ainda um
estado ou uma condição, ele possui as qualidades de
ambos. Desejaríamos dizer mais
sobre o assunto da escala das Vibrações nas nossas
próximas lições, em que consideraremos
o Princípio hermético de Vibração.
Deveis lembrar−vos agora que os
Três Grandes Planos não são as divisões atuais dos
fenômenos do Universo, mas
simplesmente termos arbitrários empregados pelos
hermetistas para facilitar o
pensamento e o estudo dos vários graus e formas da
atividade e da vida universal. O
átomo de matéria, a unidade de força, a mente do
homem e a existência do arcanjo
são graus de uma escala, e fundamentalmente a mesma
coisa, a diferença sendo
simplesmente uma questão de grau e coeficiente de vibração;
todas são criações do TODO, e só
têm sua existência na Infinita Mente do TODO.
Os hermetistas subdividem cada um
destes Três Grandes Planos em Sete Planos
menores, e cada um destes são
também subdivididos em sete sub planos, todas as
divisões sendo mais ou menos
arbitrárias, penetrando umas nas outras, e adotadas
somente para conveniência do
estudo científico e para a idéia.
O Grande Plano Físico, com seus
Sete Planos menores, é a divisão dos fenômenos do
Universo que inclui todos os que
são relativos às coisas, forças e manifestações físicas
ou mentais. Inclui todas as
formas do que chamamos Matéria e todas as formas do que
chamamos Energia ou Força. Deveis
saber, porém, que a Filosofia hermética não
reconhece a Matéria como uma
"coisa em si", ou como tendo uma existência separada
constante na mente do ToDo.
Os Ensinamentos são que a Matéria
é antes uma forma da Energia; ela é a Energia num
coeficiente inferior de vibrações
de certa espécie. E de acordo com isto os hermetistas
classificam a Matéria como a
extremidade inferior da Energia, e dão−lhe três dos Sete
Planos Menores do Grande Plano
Físico.
Estes Sete Menores Planos Físicos
são os seguintes:
I . O Plano da Matéria (A)
II. O Plano da Matéria (B)
III. O Plano da Matéria (C)
IV. O Plano da Substância Etérea
V. O Plano da Energia (A)
VI. O Plano da Energia (B)
VII. O Plano da Energia (C)
O Plano da Matéria (A) compreende
as formas da Matéria em suas formas de sólidos,
líquidos e gasosos como
geralmente reconhecem os livros dos físicos.
O Plano da Matéria (B) compreende
certas formas mais elevadas e mais sutis da
Matéria, cuja existência a
ciência moderna está reconhecendo agora, os fenômenos da
Matéria Radiante, nas suas fases
de radium, etc., que contém a subdivisão inferior deste
Plano Menor. O Plano da Matéria
(C) compreende as formas da matéria mais sutil e
tênue, cuja existência não é
suspeitada pelos cientistas ordinários.
O Plano da Substância Etérea
compreende o que a ciência chama "O Éter", uma
substância de extrema tenuidade e
elasticidade, que penetra todo o Espaço do Universo,
e age como mediador para a
transmissão de ondas de energia, como a luz, o calor, a
eletricidade, etc. Esta
substância Etérea forma um elo de relação entre a Matéria (assim
chamada) e a Energia e participa
da natureza de ambas. os Preceitos herméticos,
contudo, ensinam que este plano
tem sete subdivisões (como têm todos os Planos
Menores.), e que com efeito
existem sete éteres, em vez de um só.
Imediatamente acima do Plano da
Substância Etérea está o Plano da Energia (A), que
compreende as formas ordinárias
da Energia conhecida pela ciência, sendo,
respectivamente, estes sete sub
planos, o Calor, a Luz, o Magnetismo, a Eletricidade e a
Atração incluindo a Gravitação, a
Coesão, a Afinidade Química, etc. e várias outras
formas de energia indicada pelas
experiências científicas mas ainda não classificadas. O
Plano da Energia (B) compreende
sete sub planos de formas elevadas da energia ainda
não descoberta pela ciência, mas
que têm sido apelidadas "As Forças Mais Sutis da
Natureza" e que são
consideradas em ação nas manifestações de certas formas de
fenômenos Mentais e pelas quais
tais fenômenos são possíveis. O Plano da Energia (C)
compreende sete sub planos de
energia tão elevadamente organizados, que eles contêm
muitos característicos da vida,
mas que não é reconhecido pela mente dos homens no
Plano ordinário de
desenvolvimento, sendo útil só ao uso dos entes do Plano Espiritual;
tal energia nem é sonhada pelo
homem ordinário, e pode ser considerada quase como a
força divina. Os entes que a
empregam são como deuses comparados com os mais
elevados tipos humanos conhecidos
por nós,
O Grande Plano Mental compreende
as formas de pensamentos viventes conhecidas por
nós na vida ordinária, bem como
certas outras formas só bem conhecidas dos ocultistas.
A classificação dos Sete Menores
Planos Mentais é mais ou menos satisfatória e
arbitrária (se não for
acompanhada por esmeradas explicações que estão fora do fim
desta obra particular; contudo
vamos mencioná−los. Eles são os seguintes:
I . O Plano da Mente Mineral
II. O Plano da Mente Elemental
(A)
III. O Plano da Mente Vegetal
IV. O Plano da Mente Elemental
(B)
V. O Plano da Mente Animal
VI. O Plano da Mente Elemental
(C)
VII. O Plano da Mente Hominal.
O Plano da Mente Mineral
compreende os estados ou as condições das unidades,
entidades, ou grupos e
combinações das mesmas, que animam as formas conhecidas por
nós como minerais, químicas, etc.
Estas entidades não podem ser confundidas com as
moléculas, os átomos e os
corpúsculos, que são simplesmente os corpos ou as formas
materiais destas entidades, assim
como o corpo de um homem é a sua forma material e
não ele mesmo. Estas entidades
podem ser chamadas espíritos em certo sentido, e seres
viventes de um grau inferior de
desenvolvimento, vida e mente, exatamente um Pouco
maior que as unidades da energia
vivente que compreendem as mais elevadas
subdivisões do mais elevado Plano
Físico. A mente média não quer geralmente atribuir
a possessão da mente, espírito ou
vida ao reino Mineral, mas todos os ocultistas
reconhecem a existência dela e a
ciência moderna move−se rapidamente para o ponto
de vista do Hermetismo, a
respeito deste assunto. As moléculas, os átomos C OS
corpúsculos têm seus amores e
ódios, suas semelhanças e dessemelhanças, atrações e
repulsões, afinidades e desafinidades,
etc., e muitas das mais intrépidas mentes de
ciência moderna expressaram a
opinião que o desejo e a vontade, as eitoções e
sentimentos, dos átomos
simplesmente diferem em grau dos que os homens têm.
Não temos espaço para argumentar
sobre este assunto. Todos os ocultistas conhecem
isto, e outros se referiram às
diversas obras científicas mais recentes para corroboração
exterior. Estas são as sete
subdivisões usuais deste plano.
O Plano da Mente Elemental (A)
compreende o estado ou a condição, e grau de
desenvolvimento mental e vital de
uma classe de entidade desconhecidas ao homem
médio, mas reconhecidas pelos
ocultistas. Elas são invisíveis aos sentidos ordinários do
homem, mas não obstante existem e
têm a sua parte do Drama do Universo. O seu grau
de inteligência está entre o das
entidades minerais e químicas, de um lado, e das
entidades do reino vegetal do
outro. Também neste plano há sete subdivisões.
O Plano da Mente Vegetal, em suas
sete subdivisões, compreende os estados ou as
condições das entidades contidas
nos reinos do Mundo Vegetal, os fenômenos vitais e
mentais que as pessoas de
inteligência média justamente bem compreendem, tendo sido
publícadas na última década
muitas obras novas e interessantes sobre a "Mente e a Vida
nas Plantas". As Plantas têm
vida, mente e espírito, tão bem como os animais, o homem
e o super−homem.
O Plano da Mente Elemental (B),
nas suas sete subdivisões, compreende os estados e as
condições de uma forma mais
elevada das entidades elementais ou invisíveis, tendo a
sua parte na obra geral do
Universo, cuja mente e vida forma uma parte da e.−,cada
entre o Plano da Mente Vegetal e
o Plano da Mente Animal, as entidades participando
da natureza de ambos.
O Plano da Mente Animal, nas suas
sete subdivisões, compreende os estados e as
condições de entidades, entes ou
espíritos que animam as formas animais da vida,
familiares a nós todos. Não é
necessário entrar em detalhes a respeito deste reino ou
plano de vida, porque o mundo
animal nos é tão familiar como o nosso próprio.
O Plano da Mente Elemental (C),
nas suas sete subdivisões, compreende as entidades
ou entes invisíveis, como são
todas as formas elementais, que participam da natureza da
vida animal e da humana em certo
grau e certas combinações. As formas mais elevadas
são meio−humanas em inteligência.
O Plano da Mente Humana, nas suas
sete subdivisões, compreende as manifestações da
vida e da mentalidade que são
comuns ao Homem, nos seus vários graus e divisões.
Nesta relação sabemos que o homem
médio atual ocupa a quarta subdivisão do Plano da
Mente Humana, e somente o mais
inteligente cruzou as fronteiras da Quinta Subdivisão.
A raça gastou milhões de anos
para alcançar esta posição, e serão necessários muitos
mais anos para que ela passe a
sexta e a sétima subdivisões e vá além delas. Mas,
lembraí−vos que existiram raças
antes de nós que passaram por esses degraus e nos
planos mais elevados. A nossa
própria raça é a quinta (com restos da quarta) que pôs os
pés no Caminho. Contudo, há
alguns espíritos avançados da nossa própria raça que
ultrapassaram as massas, e que
passaram a sexta e a sétima subdivisões, e muito poucos
entes estão acima deles. O homem
da Sexta Subdivisão será o "Super−Homem"; e o da
Sétima "O Homem de
Cima".
Na nossa consideração dos Sete
Planos Mentais Menores, nós nos referimos aos Três
Planos Elementáis em sentido
geral. Não queremos entrar em detalhes sobre este
assunto, porque esta obra
limita−se a tratar da filosofia e dos preceitos em geral. Mas
podemos dizer−vos mais, com o fim
de dar−vos uma pequena idéia mais clara das
relações destes planos aos mais
fami res deles: os Planos Elementais têm a mesma
relação com os planos do
Mentalidade e da Vida Mineral, Vegetal, Animal e Hominal,
como as claves pretas do piano
têm para com as claves brancas. As claves brancas são
suficientes para produzir a
música, mas há certas escalas ’ melodias e harmonias em que
as claves pretas têm a sua parte,
e em que a sua presença é necessária. São necessários
também como elos de uitião da
condição do espírito; são entidades−estados, entre os
outros diversos planos, certas
formas de desenvolvimento podendo ser atingidas nele;
este último resultado dando ao
leitor que pode ter entre as linhas uma nova luz sobre o
processo de Evolução, e uma nova
chave da porta secreta dos lábios da vida entre um
reino e o outro. Os grandes
reinos dos Elementais são muito reconhecidos por todos os
ocultistas, e os escritos
esotéricos estão cheios de menção deles. Os leitores de "Zanoni"
de Bulwer Lytton e outras obras
semelhantes poderão reconhecer as entidades que
habitam estes planos de vida.
Passando do Grande Plano Mental
ao Grande Plano Espiritual, que poderemos dizer?
Como poderemos explicar estes
estados mais elevados do Ente, da Vida e da Mente, às
mentes ainda inábeis para
compreender e entender as mais elevadas subdivisões do
Plano da Mente Hominal?
A tarefa é impossível. Poderemos
falar só nos termos mais gerais. Como pode a Luz ser
descrita a um homem nascido cego?
Como explicar o açúcar a um homem que nunca
comeu coisa doce, ou a harmonia a
um que nasceu surdo?
Tudo o que podemos dizer é que os
Sete planos Menores do Grande Plano Espiritual
(cada Plano Menor tendo suas sete
subdivisões) compreende os Entes que possuem a
Vida, a mente e a Forma acima da
do Homem atual como a deste último é acima do
verme terrestre, do mineral ou
ainda de certas formas da Energia ou Matéria. A Vida
destes Entes é tão transcendental
para nós, que ainda não podemos pensar nos detalhes
dos mesmos; as suas Mentes são
tão transcendentes que para eles nos parecemos pensar
um pouquinho, e os nossos
processos mentais lhes parecem simplesmente como um
processo material; a Matéria de
que as suas formas são compostas são dos Planos mais
elevados da Matéria, contudo,
muitos disseram que eles estão presos na Pura Energia.
Que se poderá dizer de tais
Entes?
Nos Sete Planos Menores do Grande
Plano Espiritual existem Entes que poderemos
chamar Anjos, Arcanjos,
Semideuses. No Plano Menor mais baixo vivem estas grandes
almas que chamamos Mestres e
Adeptos. Acima deles fica a Grande Hierarquia das
Hostes Angélicas, inconcebíveis
ao homem; e acima destas ficam os que podem ser
chamados sem irreverência Os
Deuses, tão elevados na escada da existência estão eles,
pois que a sua existência,
inteligência e poder são semelhantes aos atríbuídos pelas
raças de homens às suas
concepções da Divindade. Estes Entes estão ainda além dos
mais elevados vôos da imaginação
humana, e o epíteto Divino é o único que lhes é
aplicável. Muitos destes Entes
como também as Hostes Angélicas tomam muito
interesse nos negócios do
Universo e têm uma parte importante neles. Estas Invisíveis
Divindades e Anjos Protetores
estendem a sua influência livre e ~osamente no processo
da Evolução e do Progresso
Cósmico. A sua ocasional intervenção e assistência nos
negócios humanos criou as muitas
lendas, crenças, religiões e tradições da raça passada
e presente. Eles muitas vezes
impuseram ao mundo os seus conhecimentos e poderes
conforme a Lei do TODO.
Mas, ainda mesmo os mais elevados
destes Entes adiantados ,existem simplesmente
como criações da Mente do TODO, e
são sujeitos aos Processos Cósmicos e às Leis
Universais. Eles são ainda
Mortais. Podemos chamá−los deuses comparados concsco,
mas ainda são os Irmãos mais
Velhos da Raça, as almas mais avançadas que
ultrapassam os seus irmãos, e que
renunciaram ao êxtase da Absorção pelo TODO, com
o fim de ajudar a,raça na sua
jornada para subir o Caminho. Mas eles pertencem ao
Universo e estão sujeitos às suas
condições (são mortais) e o seu plano está abaixo do
plano do Espírito Absoluto.
Somente os mais avançados
hermetistas são aptos para compreender os mais ocultos
Preceitos a respeito dos estados
de existência e dos poderes manifestados nos Planos
Espirituais. Os fenômenos são tão
superiores aos dos Planos Mentais que uma confusão
de idéias resultaria certamente
se atentássemos em descrevê−los. Somente aqueles cujas
mentes foram muito adestradas nas
linhas da Filosofia hermética por muitos anos
certamente que estes transportam
consigo de outras encarnações o conhecimento
adquirido previamente − podem
compreender justamente o que é significado pelo
Ensinamento sobre este Plano
Espiritual. E muitos destes Preceitos Secretos são
considerados pelos hermetistas
como sendo sagrados, importantes e perigosos para a
disseminação ao público em geral.
Os estudantes inteligentes podem reconhecer que
significamos com isto a idéia que
a significação da palavra Espírito, como é empregada
pelos hermetistas, é semelhante à
de Poder Vivente, Força Anitriada, Essência Oculta,
Essência da Vida, etc., que não
deve ser confundido com o termo usual e comumente
empregado em relação com os
termos, isto é, religioso, eclesiástico espiritual, etéreo,
santo, etc. Aos ocultistas a
palavra Espírito se emprega ro sentido d"O Princípio
Animado", entendendo com
isto a idéia de Poder, Energia Vivente, Força Mística, etc.
E os ocultistas sabem que o que é
conhecido por eles como Poder Espiritual pode ser
empregado para o mau como para o
bom fim (em concordância com o Princípio de
Polaridade), fato que foi
reconhecido pela maioria das religiões nas suas concepções
de− Satã, Belzebu, o Diabo,
Lúcifer, Anjos caídos, etc. E assim os conhecimentos a
respeito destes Planos foram
conservados no Santo dos Santos, na Câmara Secreta do
Templo de todas as Fraternidades
Esotéricas e Ordens Ocultas.
Mas podemos dizer aqui que aquele
que atingiu os poderes espirituais superiores e
empregou−os mal tem um terrível
destino para si na história, e a vibração do pêndulo
do Ritmo inevitavelmente
lança−lo−á no extremo mais baixo da existência Material, de
cujo ponto ele tem de fazer a sua
caminhada de prisão espiritual, pelas muitas voltas do
Caminho, mas sempre com a tortura
de ter sempre oonsigo urna ligeira memória das
alturas de que caiu por causa das
suas más ações. A lenda da Queda dos Anjos tem uma
base nos fatos atuais como sabem
todos Os ocultistas avançados. Os esforços para
poderes egoístas no Plano
Espiritual inevitavelmente traz como resultado no espírito
egoísta a perda da sua balança
espiritual e a queda do mesmo modo que foi elevado
previamente. Mas, ainda para tal
alma, é dada a oportunidade da volta, e ela toma o
caminho de volta, pagando a
terrível penalidade de acordo com a Ui invariável.
Em conclusão vamos agora
lembrar−vos que relativamente (de acordo com ele) ao
Princípio de Correspondência, que
contém a verdade: O que está em cima é como o que
está embaixo, e o que está
embaixo é como o que está em cima, todos os Sete Princípios
Herméticos estão em muitas
operações em todos os diversos planos Físicos, Mental e
Espiritual. O Princípio da
Substância Mental aplica−se a todos os planos, porque tudo
nasceu na Mente do TODO. O
Princípio de Correspondência se manifesta em tudo,
porque há uma correspondência,
harmonia e correlação entre os diversos planos. O
Princípio de Vibração se
manifesta em todos os planos−, com efeito, a verdadeira
diferença que faz os planos
resulta da Vibração, como explicamos. O Princípio de
Polaridade manifesta−se em todos
os planos, porque os extremos dos Pólos são
aparentemente opostos e
contra,ditórios. O Princípio de Ritmo manifestasse em todos os
Planos, o movimento dos fenômenos
tendo o seu fluxo e refluxo, a sua alta e baixa. O
Princípio de Causa e Efeito se
manifesta em todos os Planos, cada Efeito tendo a sua
Causa e cada Causa tendo o seu
Efeito. O Princípio de Gênero manifesta−se em todos
os Planos, sendo a Energia
Criadora sempre manifestada e operando ela pela linha dos
Aspectos Masculinos e Femininos.
O que está em cima é como o que
está embaixo, e o que está embaixo é como o que está
em cima.
Este axioma hermético de centenas
de anos compreende um dos grandes Princípios dos
Fenômenos Universais. Como
procedemos com as nossas considerações dos Princípios
permanentes, vamos ter ainda mais
claramente a verdade da natureza universal deste
grande Princípio de
Correspondência.
A VIBRAÇÃO
"Nada está parado, tudo se
move, tudo vibra." CAIBALION
O Terceiro Grande Princípio
hermético − o Princípio de Vibração − compreende a
verdade que o Movimento é
manífestado em tudo no Universo, que nada está parado,
que tudo se move, vibra e
circula. Este princípio hermético foi reconhecído por muitos
dos maiores filósofos gregos que
o introduziam em seus sistemas. Mas, depois, por
muitos séculos, foram perdidos
pelos pensadores que estavam fora das fileiras
herméticas. Mas no 9."
século a ciência física descobriu novamente a verdade e as
descobertas científicas do século
XX acrescentaram as provas de exatidão e verdade da
secular doutrina hermética.
Os Ensinamentos herméticos são
que não somente tudo está em movimento e vibração
constante; mas também que as
diferenças entre as diversas manifestações do poder
universal são devidas
inteiramente à variação da escala e do modo das vibrações. Não
só isto, mas também que O TODO em
si Mesmo manifesta uma constante vibração de
um grau tão infinito de
intensidade e movimento rápido que praticamente pode ser
considerado como estando parado.
Os instrutores dirigem a atenção do estudante para o
fato de que, ainda no plano
físico, um objeto que se move rapidamente (como uma roda
girante) parece estar parado. Os
Ensinamentos são que com efeito o Espírito está num
lado do Pólo de Vibração, e o
outro Pólo é certa forma extremamente grosseira da
Matéria. Entre estes dois pólos
estão milhões de milhões de escalas e modos de
vibração.
A Ciência Moderna provou que o
que chamamos Matéria e Energia é simplesmente
modo de movimento vibratório, e
muitos dos mais adiantados cientistas estão−se
movenào rapidamente para os
ocultistas que sustentam que os fenômenos da Mente são
modos semelhantes de vibração e
movimento. Permiti−nos examinar o que disse a
ciência sobre −a questão das
vibrações na matéria e na energia.
Em último lugar, a ciência ensina
que toda a matéria manifesta, em alguns graus, as
vibrações procedentes da
temperatura ou calor. Seja um objeto quente ou frio − ambos
sendo simplesmente graus da mesma
coisa − ele manifesta certas vibrações quentes, e
neste sentido está em movimento e
vibração. Logo todas as partículas da Matéria estão
em movimento circular, desde os
corpúsculos até os sóis. Os planetas giram ao redor
dos sóis, e muitos deles giram
sobre seus eixos. Os sóis movem−se ao redor dos grandes
pontos centrais, e crê que estes
se movem ao redor de maiores, e assim por diante, até o
infinito. As moléculas de que as
espécies particulares da Matéria são compostas se
acham num estado de constante
vibração e movimento umas ao redor das outras. As
moléculas são compostas de
Átomos, que, semelhantemente, se acham em estado de
constante movimento e vibração.
Os átomos são compostos de
Corpúsculos, muitas vezes chamados elétrons, íons, etc.
que também estão em estado de
movimento rápido, girando um ao redor do outro, e que
manifestam um estado e um modo
verdadeiramente rápido de vibração. E vemos assim
que todas as formas da Matéria
manifestam a Vibração, de acordo com o Princípio
hermético de Vibração.
E assim é com as diversas formas
da Energia. A Ciência ensina que a Luz, o Calor, o
Magnetismo e a Eletricidade são
simplesmente formas de movimento vibratórío
provavelmente emanadas do Éter. A
Ciência até agora não procurou explicar a natureza
dos fenômenos conhecidos como
Coesão, que é o principio da Atração Molecular, nem
a Afinidade Química, que é o
princípio da Atração Atômica, nem a Gravitação (o maior
mistério destes três), que é o
princípio da atração pela qual uma partícula ou massa de
Matéria é atraída por outra
partícula. Estas três formas da Energia não são ainda
compreendidas pela ciência,
contudo, os escritores inclinarn−se para a opinião que estas
três são manifestações da mesma
forma da energia vibratória, fato que os hermetistas
descobriram e disseram nos tempos
passados.
O Éter Universal, que é postulado
pela ciência sem que a sua natureza seja
compreendida claramente, é
considerado pelos hermetistas corno sendo uma
manifestação elevada daquilo que
é erroneamente chamado matéria, isto é, a Matéria a
um grau elevado de vibração, é
chamada por eles "A Substância Etérea". Os hermetistas
ensinam que esta Substância
Etérea é de extrema tenuidade e elasticidade, e penetra o
espaço universal, servindo como
meio de transmissão das ondas da energia vibratória,
corno o calor, a luz, a
eletricidade, o magnetismo, etc. Os Ensinamentos são que a
Substância Etérea é um elo de
união entre as formas da energia vibratória conhecida
como . Matéria, de um lado, e a
Energia ou Força, de outro lado; e também que ela
manifesta um
grau de vibração, em escala e
modo inteiramente particular.
Os cientistas ofereceram o
exemplo de uma roda, pião ou para mostrar os efeitos das
cilindro movendo−se rapidamente
escalas aumentativas da vibração. O exemplo supõe
uma roda, pião ou cilindro,
girando numa pequena escala de ligeireza. Suponhamos que
o objeto se move lentamente. Ele
pode ser visto facilmente, mas nenhum som do seu
movimento penetra no ouvido. A
ligeireza é aumentada gradualmente. Em poucos
momentos o seu movimento toma−se
tão rápido que um surdo ruído ou uma nota baixa
pode ser ouvida. Então como a
escala é aumentada a nota sobe mais na escala ’musical.
O movimento sendo ainda mais
aumentado, a última nota superior é melhor ouvida.
Aí’, uma depois da outra, todas
as notas da escala musical aparecem, subindo cada vez
mais conforme é aumentado o
movimento. Finalmente, quando o movimento passou
uma certa escala, a nota final
perceptível aos ouvidos humanos é alcançada, um som
agudo soa morrendo ao longe, e
segue−se o silêncio. Nenhum som do objeto girante é
ouvido, o grau de movimento sendo
tão elevado que o ouvido humano não pode
registrar as vibrações.
Então começa a percepção dos
graus ascendentes do calor e depois de algum tempo o
olho percebe um vislumbre do
objeto que se torna uma escuridão de cor avermelhada.
Como o grau aumenta, o vermelho
fica mais claro. Como a ligeireza ainda é aumentada,
o vermelho passa ao alaranjado. O
alaranjado passa ao amarelo. Depois seguem−se,
sucessivamente as representações
do verde, azul, anil, e finalmente violeta, conforme
for aumentando a grau de
ligeireza. Então a cor violeta desaparece, e todas as cores
desaparecem, a vista humana não
sendo capaz de registrá−las. Mas existem raios
invisíveis que emanam do objeto
girante, os raios usados na fotografia, e outros raios
sutis da luz. Então começam a
manifestar−se os raios peculiares conhecidos como os
Raios X, etc., conforme se
transforma a constituição do objeto. A Eletricidade e o
Magnetismo são emitidos quando
for atingido o grau apropriado de vibração.
Quando o objeto atinge um certo
grau de vibração as suas moléculas se desintegram e
giram por si mesmas nos elementos
originais ou átomos.
Os átomos por sua vez, seguindo o
Princípio de Vibração, são separados nos pequenos
corpúsculos de que são formados.
E finalmente, mesmo os corpúsculos desaparecem e
pode−se dizer que o objeto é
composto da Substância Etérea. A Ciência não continua
para diante o exemplo, mas os
hermetístas ensinam que, se as vibrações fossem
aumentando continuamente, o
objeto subiria pelos estados sucessivos de manifestação e
poderia manifestar os diversos
graus mentais na direção do Espírito; então ele poderia
reentrar finalmente no TODO, que
é o Espírito Absoluto. O objeto, contudo, teria
deixado de ser um objeto desde
que tivesse subido ao degrau da Substância Etérea, mas
apesar disso a ilustração é
correta porque mostra o efeito do grau e modo de vibração
aumentada constantemente. Deve
ser lembrado na ilustração acima que nos graus em
que o objeto expele vibrações de
luz, calor, etc., ele não está atualmente resolvido
nestas formas da energia (que são
muito elevadas na escala), mas simplesmente alcança
um grau de vibração em que estas
formas de energia são livradas, em certo grau, das
influências restritivas das suas
moléculas, seus átomos e corpúsculos, como pode ser o
caso. Estas formas de energia,
apesar (e muito mais ele . vadas na escala do que a
matéria, estão aprisionadas e
limitadas nas combinações materiais, pela.razão que as
energias manifestam e empregam as
formas materiais, mas estão restringidas e limitadas
nas suas criações destas formas,
de modo que estas são, para um modo de entender, as
mais verdadeiras de todas as
criações, ficando a força criadora envolvida na sua criação.
Mas os Ensinamentos herméticos
vão muito além dos da ciência moderna. Eles ensinam
que, toda a manifestação do
pensamento, emoção, raciocínio, vontade, desejo, qualquer
condíção ou estado, são
acompanhados por vibrações, uma porção, das quais é expelida
e tende a afetar a mente de
outras pessoas por indução.
Este é o princípio que produz os
fenômenos de telepatia, influência mental e outras
formas da ação e do Poder do
mente com que se está acostumando rapidamente, por
causa da completa disseminação
dos conhecimentos Ocultos pelas diversas escolas,
cultos e instrutores na época
atual.
Todos os pensamentos, todas as
emoções ou estados mentais têm o seu grau e modo de
vibração. E por um esforço da
vontade da pessoa, ou de outras pessoas, estes estados
mentais podem ser reproduzidos,
do mesmo modo que o tom musical pode ser
reproduzido por meio da vibração
de um instrumento em certo grau e assim como a cor
pode ser reproduzida da mesma
forma. Pelo conhecimento do Princípio de Vibração,
aplicado aos Fenômenos Mentais,
pode−se polarizar a sua mente no grau que quiser,
adquirindo assim um perfeito
domínio sobre os seus estados mentais, as disposições,
etc. Do mesmo modo pode afetar as
mentes dos outros, produzindo nelas os estados
desejados. Por fim, ele pode
produzir no Plano Mental o que a ciência produz no Plano
Físico, principalmente, Vibrações
à Vontade. Este poder pode ser adquirido somente
pela instrução própria, pelos
exercícios, práticas, etc., da ciência da Transmutação
Mental, um dos ramos da Arte
hermética.
Uma pequena reflexão sobre o que
dissemos mostrará ao estudante que o Princípio de
Vibração compreende os admiráveis
fenômenos do poder manifestado pelos Mestres e
Adeptos, que aparentemente são
capazes de destruir as Leis da Natureza mas que em
realidade simplesmente usam uma
lei contra outra, um princípio contra outro; e que
obtêm os seus resultados mudando
as vibrações dos objetos materiais ou formas de
energia, e então realizam o que é
comumente chamado milagre.
Diz um dos velhos escritores
herméticos: "Aquele que compreende o Princípio de
Vibração alcançou o cetro do
Poder."
A POLARIDADE
"Tudo é duplo; tudo tem dois
pólos; tudo tem seu par de opostos; o semelhante e o
dessemelhante são uma só coisa;
os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes
em grau; os extremos se tocam;
todas as verdades são meias−verdades; todos os
paradoxos podem ser
reconciliados." − O CAIBALION −
O Quarto Grande Princípio
hermético − o Princípio de Polaridade − contém a verdade
que todas as coisas manifestadas
têm dois lados, dois aspectos, dois pólos opostos, com
muitos graus de diferença entre
os dois extremos. Os velhos paradoxos, que ainda
deixaram perplexa a mente dos
homens, são explicados pelo conhecimento deste
Princípio.
O homem também reconheceu muitas
coisas− semelhantes a este Princípio e tentou
exprimi−lo por estas máximas e
aforismos: Tudo existe e não existe ao mesmo tempo,
todas as verdades são
meias−verdades, todas as verdades são meio−falsas, há dois lados
em tudo, todo verso tem o seu
reverso, etc.
Os Ensinos herméticos são, com
efeito, que a diferença entre as coisas que se parecem
diametralmente opostas é
simplesmente questão de graus. Eles ensinam que os pares de
opostos podem ser reconciliados,
e que a reconciliação universal dos opostos é efetuada
pelo conhecimento deste Princípio
de Polaridade. Os instrutores dizem que os exemplos
deste Princípio podem ser dados a
qualquer pessoa, e por meio de uma examinação da
natureza real das coisas. Eles
conhecem porque afirmam que o Espírito e a Matéria são
simplesmente dois pólos da mesma
coisa, sendo os planos intermediários simplesmente
graus de vibração@ Eles afirmam
que o ToDo e o Muito são a mesma coisa, a
diferença sendo simplesmente
questão de grau de manifestação mental. Assim a LEi e
as Leis são os dois pólos de uma
só coisa. Do mesmo modo o PRINcípio e os
Princípios, a Mente Infinita e a
mente finita.
Então passando ao Plano Físico,
eles explicam o Princípio dizendo que o Calor e o Frio
são idênticos em natureza, as
diferenças sendo simplesmente questão de graus. O
termômetro marca diversos graus
de temperatura, chamando−se o pólo mais baixo frio,
e o mais elevado calor. Entre
estes dois pólos estão muitos graus de calor ou frio,
chamai−os qualquer dos dois que
não cometereis erro algum. O mais elevado dos dois
graus é sempre o mais quente,
enquanto que o mais baixo é sempre o trais frio. Não há
demarcação absoluta; tudo é
questão de grau. Não há lugar no termômetro em que cessa
o calor e começa o frio. Isto é
questão de vibrações mais elevadas ou menos elevadas.
Mesmo os termos alto e baixo
(inferiores e superiores), que ’somos obrigados a usar,
são unicamente pólos da mesma
coisa; os termos são relativos. Assim como o Oriente e
o Ocidente; viajai ao redor do
mundo e na direção do Oriente, e chegareis a um ponto
que é chamado Ocidente, ao vosso
ponto de partida, e voltareis deste ponto oriental.
Viajai para o Norte e
parecer−vos−á viajar no Sul, ou vice−versa.
A Luz e a Obscuridade são pólos
da mesma coisa, com muitos graus entre elas. A
escala musical é a mesma coisa:
vibrando o ponto "C" movei−o para cima até que
encontrais outro ponto
"C", e assim por diante, a diferença entre as duas extremidades
da corda sendo a mesma, com
muitos graus entre os dois extremos. A escala das cores é
a mesma: pois que as mais
elevadas e as mais baixas vibrações são simplesmente
diferenças entre o violeta
superior e o vermelho inferior. O Grande e o Pequeno são
relativos. Assim também o Ruído e
o Silêncio, o Duro e o Flexível. Tais são o Agudo e
o Liso. O Positivo e o Negativo
são dois pólos da mesma coisa, com muitos graus entre
eles.
O Bem e o Mal não são absolutos;
chamamos uma extremidade da escala Bem e a outra
Mal. Uma coisa é menos boa, que a
coisa mais elevada na escala, mas esta coisa
−menos boa, por sua vez, é mais
boa (melhor) que a coisa imediatamente inferior a ela;
e assim por diante, o mais ou o
menos sendo regulado pela posição na escala.
E assim é no Plano Mental. O Amor
e o ódio são geralmente considerados como sendo
coisas diametralmente opostas
entre si, inteiramente diferentes, irreconciliáveis. Mas
aplicamos o Princípio de
Polaridade, e supomos que não há coisa de Amor Absoluto ou
de ódio Absoluto, como distintos
um do outro. Ambos são simplesmente termos
aplicados aos dois pólos da mesma
coisa. Começando num ponto da escala encontramos
mais amor ou menos ódio, conforme
subirmos a escala; e mais ódio e menos amor,
conforme descermos: sendo verdade
que não há matéria de cujo ponto, superior ou
inferior, possamos admirar. Há
graus de Amor e de Ódio, e há um ponto médio em que
o semelhante e o dessemelhante
tornam−se tão insignificantes que é difícil fazer
distinção entre eles. A Coragem e
o Medo seguem a mesma regra. Os pares de opostos
existem em toda parte. Onde
encontrardes uma coisa encontrareis o seu oposto: os dois
pólos.
E é este fato que habilita o
hermetista a, transmutar um estado mental, em outro,
conforme as linhas da
Polarização. As coisas pertencentes a diferentes classes não
podem ser transmutodas em uma
outra, mas as coisas da mesma classe podem ser
transmutadas, isto é, podem ter a
sua polaridade mudada. Assim o Amor pode ser Oeste
ou Leste, Vermelho ou Violeta,
mas pode tornar−se e imediatamente se torna em ódio,
e do mesmo modo, o ódio pode ser
transformado em Amor, pela mudança da
polaridade. A Coragem pode ser
mudada em Medo e vice−versa. As coisas duras
podem ficar moles. As coisas
agudas podem ficar lisas. As coisas frias podem ficar
quentes. E assim por diante, a
transmutação sendo sempre entre coisas da mesma
natureza, porém de graus
diferentes. Tomemos o caso de um homem medroso.
Elevando as suas vibrações
mentais na linha do Medo e da Coragem, pode chegar a
possuir maior grau (e Coragem e
Intrepidez. E de igual modo um homem preguiçoso
pode mudar−se em um indivíduo
ativo, enérgico, simplesmente pela polarização na
direção da qualidade desejada.
O estudante que está
familiarizado com os processos pelos quais as diversas escolas de
Ciência mental, etc., produzem
modificações nos estados mentais dos que empregam os
seus ensinos, poderá não
compreender o princípio que opera estas mudanças. Contudo,
quando o Princípio de Polaridade
é compreendido, ele vê que as mudanças mentais são
ocasionadas por uma mudança de
polaridade, uma descida na mesma escala: o assunto é
facilmente compreendido. A
mudança não é da natureza de uma transrnutação de uma
coisa em outra coisa inteiramente
diferente, mas é simplesmente uma mudança de grau
nas mesmas coisas, uma diferença
muito importante. Por exemplo, tomando uma
analogia do Plano Físico, é
impossível mudar o Calor em Agudeza, Ruído, Altura, etc.,
mas o Calor pode ser transmutado
em Frio, simplesmente pela diminuição dás
’vibrações. Da mesma forma o ódio
e o Amor são mutuamente transmutáveis; assim
também o Medo e a Coragem. Mas o
Medo não pode ser mudado em Amor, nem a
Coragem em Mo. Os estados mentais
pertencem a inúmeras classes, cada classe deles
tem dois pólos opostos, entre os
quais a transmutação é possível.
O estudante reconhecerá
facilmente que nos estados mentais, bem como nos fenômenos
do Plano Físico, os dois pólos
podem ser classificados como Positivo e Negativo,
respectivamente. Assim o Amor é
Positivo para o ódio, a Coragem para o Medo, a
Atividade para a Indolência, etc.
E também pode−se dizer ainda que aos que não estão
familiarizados com o Princípio de
Vibração, o pólo Positivo parece ser de um grau mais
elevado que o pólo Negativo, e
dominá−lo imediatamente. A tendência da Natureza é
na direção da atividade dominante
do pólo Positivo.
Para acrescentar mais alguma
coisa à mudança dos pólos dos próprios estados mentais
de cada um pela operação da arte
de, Polarização, os fenômenos da Influência mental,
nas suas diversas fases, nos
mostram que este princípio pode estender−se até ao
fenômeno da influência de uma
mente sobre outra, de que muito se tem escrito nos
últimos anos. Quando se
compreende que a Indução mental é possível, isto é, que estes
estados mentais são produzidos
pela indução de outros, então se pode ver
imediatamente como um certo grau
de vibração, ou a polarização de um certo estado
mental, pode ser comunicado a
outra pessoa, e assim se muda a sua polaridade nesta
classe de estados mentais. É
conforme este princípio que os resultados de muitos
tratamentos mentais são obtidos.
Por exemplo, uma pessoa é azul, melancólica e cheia
de medo. Um cientista mental
adestrando pela sua própria vontade a sua mente à
desejada vibração, obtém a
desejada polarização no seu próprio caso, então produz um
estado mental semelhante no outro
por indução, o resultado sendo que as vibrações são
elevadas e a pessoa polarizada no
lado Positivo da escala em vez do lado Negativo,
transmutadas em e o seu Medo e
outras emoções negativas são , Coragem e nos estados
mentais positivos similares. Um
pequeno estudo mostrar−vos−á que estas mudanças
mentais são quase todas de
conformidade com a linha de Polarização, a mudança sendo
de grau e não de espécie.
O conhecimento da existência
deste grande Princípio hermético habilitará o estudante a
compreender melhor os seus
próprios estados mentais e o das outras pessoas. Ele verá
que estes estados são todos
questão de graus, e vendo assim, ele poderá elevar ou a−
baixar a vibração à vontade,
mudar os seus pólos mentais, em vez de ser o seu servo e
escravo. E por este conhecimento
poderá auxiliar inteligentemente os seus semelhantes,
e pelo método apropriado mudar a
−polaridade quando desejar.
Aconselhamos todos os estudantes
a famliarizarem−se com este Princípio de
Polaridade, porque uma exata
compreensão dó mesmo esclarecerá muitos assuntos
difíceis.
O RITMO
"Tudo tem fluxo e refluxo;
tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta
por oscilações compensadas; a
medida do movimento à direita é a medida do
movimento à esquerda; a ritmo é a
compensação." O CAIBALION
O Quinto Grande Princípio
Hermético − o Princípio de Ritmo − encerra a verdade que
em tudo se manifesta um movimento
proporcional, um movimento de um lugar para
outro, um fluxo e refluxo, um
movimento para diante e para trás, um movimento
semelhante ao do pêndulo, uma
maré baixa e uma maré alta entre os dois Pólos que se
manifestam nos planos físico,
mental e espiritual. O Princípio de Ritmo está em relação
com o Principio de Polaridade
descrito rio capítulo precedente. O Ritmo se manifesta
entre os dois Pólos estabelecidos
pelo Princípio de Polaridade. Isto não significa,
porém, que o pêndulo do Ritmo
vibra nos pólos extremos, porque isto raramente
acontece; com efeito, na maioria
dos casos, é muito difícil estabelecer o extremo polar
Oposto. Mas a vibração vai
primeiro para o lado de um Pólo e depois para o do outro.
Há sempre uma ação e uma reação,
uma marcha e uma retirada, uma alta e uma baixa,
manifestadas em todos os tons e,
fenômenos do Universo. Os sóis, os mundos, os
homens, os animais, as plantas,
os minerais, as forças, a energia, a mente a matéria e
mesmo o Espírito manifestam este
Princípio. O Princípio se manifesta na criação e
destruição dos,mundos, na
elevação e queda das nações, na vida histórica de todas as
coisas, e finalmente nos estados
mentais do Homem.
Começando com as manifestações do
Espírito ou do TODO, pode−se dizer que existem
a Elusão e a Infusão; a
"Expiração e a Inspiração de Brahm", como diz a expressão dos
Brâmanes. Os Universos são
criados; eles chegam ao ponto mais baixo de
materialidade, e logo começam a
sua vibração para cima. Os sóis nascem à existência, e
sendo atingida a sua maior força,
o processo de retrocesso começa, e depois de eons de
tempo eles se tornam inertes
massas de matéria, esperando um outro impulso que
novamente ponha as suas energias
interiores na atividade e começa um novo ciclo de
vida solar. E assim é com todos
os mundos; nasceram, viveram e morreram: é só
renascer. E,assitn é com todas as
coisas de figura e forma; elas vibram da ação para a
reação, do nascimento para a
morte, da atividade para a inatividade voltam para trás.
Assim é com todas as coisas
viventes; nasceram, cresceram, morreram, e depois
tomaram a nascer. Assim é com
todos os grandes movimentos, as filosofias, os credos,
os costumes, os governos, as
nações e todas as outras coisas: nascer, crescer,
amadurecer, decair, morrer e
depois renascer. A vibração do pêndulo está sempre em
evidência.
A noite segue o dia, e o dia
segue a noite. O pêndulo vibra do Outono ao Inverno, e
depois volta para trás. Os
corpúsculos, os átomos, as moléculas e todas as massas de
matéria vibram ao redor do
círculo da sua natureza. Não há coisa alguma de absoluta
inércia ou cessação de movimento,
e todo movimento −participa do Ritmo. O princípio
é de aplicação universal. Pode
ser aplicado a qualquer questão ou fenômeno de qualquer
dos diversos planos de vida. Pode
ser aplicado a todas as fases da atividade humana.
Sempre existe a vibração rítmica
de um pólo a outro. O Pêndulo Universal sempre está
em movimento. As marés da Vida
sobem e descem de acordo com a Lei.
O Princípio de Ritmo acha−se bem
entendido pela ciência moderna, e é considerado
como uma lei universal aplicada
às coisas materiais. Mas os hermetistas levam o
princípio muito além, e sabem que
as suas manifestações e influências se estendem às
atividades mentais do Homem, e
que isto se explica pela contínua sucessão de
condições, estados, emoções e
outras incômodas e embaraçosas mudanças que
observamos em nós mesmos. Mas os
hermetístas, estudando as operações deste
Princípio, aprenderam a escapar
da sua atividade pela Transmutação.
Os Mestres hermetistas há muito
tempo descobriram que, conquanto o Princípio de
Ritmo seja invariável, e sempre
esteja em evidência nos fenômenos mentais, ainda
existem dois planos de sua
manifestação tanto quanto os fenômenos mentais estão
incluídos. Descobriram que
existem dois planos gerais de Consciência, o Inferior e o
Superior, o conhecimento deste
fato habilita−os a subir ao plano superior e assim
escapar da vibração do pêndulo
rítmico que se manifesta no plano inferior. Em outras
palavras, a vibração do pêndulo
se realiza no Plano Inconsciente, e a Consciência não é
afetada. A isto eles chamam a Lei
de Neutralização. As suas operações consistem na
elevação do Ego acima das
vibrações do Plano Inconsciente da atividade mental, de
modo que a vibração negativa do
pêndulo não é manifestada na consciência, e por esta
razão eles não são afetados, É
semelhante à elevação acima de uma coisa, deixando−a
passar debaixo de vós. Os Mestres
hermetistas, ou os estudantes adiantados,
polarizando−se no pólo desejado,
e por um processo semelhante à recusa de participar
da vibração que desce, ou, se
preferis, à negação da sua influência sobre eles, sustêm−se
firmes na sua posição polarizada,
e deixam o pêndulo mental vibrar para trás no plano
inconsciente. Todas as pessoas
que atingiram todos os graus do domínio próprio
realizam isto mais ou menos
inconscientemente, e recusando deixar as suas condições e
os seus estados mentais negativos
dominá−las, aplicam a Lei de Neutralização.
O Mestre, contudo, leva−os a um
grau muito elevado de progresso, e pelo uso da sua
Vontade atinge um grau de
Equilíbrio e Firmeza mental quase impossível de ser crido
pelos que deixam mover−se à
direita e à esquerda pelo pêndulo mental das condições e
emoções.
A importância disto pode ser
apreciada por qualquer pensador que compreende que a
maioria das pessoas são criaturas
de condições, emoções e sensações, e que só
manifestam um domínio próprio
muito insignificante. Se quiserdes deter−vos e
examinar um momento, vereis como
muitos movimentos de Ritmo vos afetaram em
vossa vida, como um período de
Entusiasmo foi invariavelmente seguido por uma
sensação e condição de Depressão.
Do mesmo modo, as vossas condições e períodos de
Coragem foram seguidos por iguais
condições de Medo. E assim sempre aconteceu com
a maioria das pessoas: tempos de
sensação sempre apareceram e desapareceram com
elas, mas elas não suspeitaram a
causa ou razão do fenômeno mental. A compreensão
das operações deste Princípio
dará à pessoa a chave para o Domínio destes movimentos
rítmicos de emoções, e habilitá−la−á
a conhecer melhor a si mesma e a evitar de ser
levada por estes fluxos e
refluxos. A Vontade é superior à manifestação consciente
deste Princípio, todavia o
próprio Princípio não pode ser destruído. Podemos escapar
dos seus efeitos, porém, apesar
disso, o Princípio está em operação. O pêndulo sempre
se move, porém, nós podemos
escapar de sermos levados por ele.
Há outras espécies de operações
deste Princípio de Ritmo ,ck− que queremos falar
agora. Acha−se na sua ação aquilo
que é conhecido como a Lei de Compensação. Uma
das definições ou significações
da palavra Compensação é contrabalançar, que é o
sentido em que os hermetistas
empregam o termo. É a esta Lei de Compensação a que
se refere o Caibalion, quando
diz:
"A medida do movimento à
direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a
compensação."
A Lei de Compensação é que o
movimento numa direção determi na o movimento na
direção oposta, ou para o pólo
oposto; um balança ou contrabalança o outro. No Plano
Físico vemos −muitos exemplos
desta Lei. O pêndulo do relógio move−se em certa
distância à direita, e depois
numa igual distância à esquerda. As estações balançam−se
umas às outras da mesma forma. As
marés seguem a mesma Lei. E a mesma Lei é
manifestada em todos os fenômenos
de Ritmo. O pêndulo com brevidade move−se
numa direção, e com a mesma
brevidade na outra; um movimento extenso à direita
representa invariavelmente um
movimento extenso à esquerda. Um objeto atirado para
cima a uma certa altura tem uma
igual distância para atravessar na volta. A força com
que um projétil é arremessado uma
milha para cima é reproduzida quando o projétil
volta à terra. Esta Lei é
constante no Plano Físico, como vos mostrará uma referência às
autorídades−modelos.
Porém, os hermetistas levam isto
muito mais longe. Eles ensinam que os estados
mentais de um homem estão
sujeitos à mesma Lei. O homem que goza sutilmente está
sujeito a sofrimentos sutis; ao
passo que aquele que sente poucas penas só é capaz de
sentir pouco gozo. O porco sofre
porém muito pouco mentalmente, e também goza
muito pouco: é compensado. E do
outro lado, temos outros animais que gozam
sutilmente, mas cujo organismo
nervoso e temperamento lhes faz sofrer esquisitos graus
de penas. E assim é com o Homem.
Existem temperamentos que permitem um grau
muito inferior de gozo, e
igualmente um grau inferior de sofrimento−) enquanto que há
outros que permitem um gozo mais
intenso, mas também um sofrimento mais intenso.
A verdade é que a capacidade para
o sofrimento ou gozo é contrabalançada em cada
indivíduo. A Lei de Compensação
está aí em constante operação.
Contudo, os Hermetistas ainda vão
mais além neste assunto. Eles ensinam que antes que
alguém possa gozar um certo grau
de prazer, deverá ter movido, proporcionalmente
para o outro pólo da sensação.
Dizem, contudo, que o Negativo é procedente do
Positivo, nesta questão, quer
dizer que experimentando um certo grau de prazer não se
segue que se deverá pagar por
isto com um grau correspondente de sofrimento; pelo
contrário, o prazer é o movimento
rítmico, concordando com a Lei de Compensação,
para um grau de sofrimento
precedentemente experimentado na vida presente, ou numa
encamação precedente. Isto traz
nova luz sobre o Problema do sofrimento.
Os Hermetistas consideram a
cadeia das vidas como contínua, e como formando parte
de uma vida do indivíduo, demodo
que, por, conseguinte, o movimento rítmico por esta
forma é compreendido enquanto que
não teria significação sem que fosse admitida a
verdade da reencarnação.
Porém, os hermetistas pregam que
o Mestre ou o estudante adiantado está habilitado’
em grau elevado, a escapar o
movimen,to para o Sofrimento, pelo processo de
Neutralização antes mencionado.
Elevando−se ao plano superior do Ego, muitas das
experiências que acontecem aos
que vivem no plano inferior são evitadas e escapadas.
A lei da Compensação toma uma
parte importante nas vidas dos homens e das
mulheres. É sabido que geralmente
uma pessoa paga o preço de ttdo o que possui ou
carece. Se tem alguma coisa,
carece de outra: a balança é equilibrada. Ninguém pode
guardar o seu dinheiro e ter a
migalha de pão ao mesmo tempo. Todas as coisas têm os
seus lados prazenteiro e
desprazenteiro. As coisas que se ganham são sempre pagas
pelas coisas que se perdem. O
rico possui muito do que falta ao pobre, ao mesmo tempo
que o pobre também possui coisas
que estão fora do alcance dos ricos. O milionário
poderá ter inclinação para muitos
festins, e a opulência com que sustentar todas as
delícias e luxúrias da mesa, mas
carece do apetite para gozar dela; ele inveja o apetite e
a digestão do trabalhador, que
carece da opulência e das inclinações do milionário, e
que tem mais prazer com o seu
simples alimento do que o milionário poderia ter, se o
seu apetite não fosse mau, nem a
sua digestão arruinada, porque as necessidades, os
hábitos e as inclinações diferem.
E assim é através da vida. A Lei de Compensação está
sempre em ação, esforçando−se
para balançar e contrabalançar, e sempre vindo a
tempo, sendo necessário diversas
vidas para o movi mento de volta do Pêndulo do
Ritmo.
A CAUSALIDADE
"Toda Causa tem seu Efeito;
todo Efeito tem sua Causa; todas as coisas acontecem de
acordo com a Lei; o Acaso é
simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida;
existem muitos planos de causalidade,
mas nada escapa à Lei." − O CAIBALION −
O Sexto Grande Princípio
hermético − o Princípio de Causa e Efeito − contém a
verdade que a Lei domina o
Universo, nada acontece por Acaso, que este é
simplesmente um termo para
indicar a causa existente, porém não reconhecida ou
percebida; ’que os fenômenos são
contínuos, sem interrupção ou exceção.
O Princípio de Causa e Efeito
está oculto em todas as idéias científicas antigas e
modernas, e foi anunciado pelos
Instrutores Herméticos nos primitivos dias. Quando se
levantaram muitas e variadas
disputas entre as diversas escolas de pensamento, estas
disputas foram principalmente
sobre os detalhes das operações do Princípio, e ainda às
mais das vezes sobre a
significação de certas palavras. O Princípio obscuro de Causa e
Efeito foi aceito como exato
praticamente por todos os pensadores de nomeada do
mundo inteiro. Pensar de outro
modo seria subtrair os fenômenos do universo do
domínio da Lei e da Ordem, e
proscrevê−lo ao domínio de uma causa imaginária que os
homens chamaram o Acaso.
Uma −pequena consideração
mostrará a todos que em realidade não existe coisa alguma
de puro. Acaso. Webster define a
palavra Acaso do modo seguinte: "Um suposto agente
ou r,,íodo de atividade diferente
da força, lei ou propósito; a operação de atividade de
tal agente; o suposto eleito
deste agente; um acontecimento fortuito, uma causalidade,
etc." Porém, um pequeno
exame ’ mostrar−vos−á que não existe um agente como
Acaso, no sentido de uma coisa
fora da lei, uma coisa fora de Causa e Efeito. Como
poderia ser uma coisa que agisse
no universo fenomenal, independente das leis, da
ordem e da continuidade deste
último? Tal coisa seria inteiramente independente do
movimento ordenado do universo, e
portanto superior a este. Não podemos imaginar
nada fora do TODO que esteja fora
da Lei, e isto somente porque o ToDo é a própria
LEI. Não há lugar no universo
para uma coisa fora e independente da Lei. A existência
de tal Coisa tomaria sem efeito
todas as Leis Naturais, e mergulharia o universo em
uma desordem e ilegalidade
caótica.
Um exame cuidadoso mostrará que
aquilo que chamamos Acaso é simplesmente um
modo de exprimir as causas
obscuras; as causas que não podemos compreender. A
palavra Acaso derivada de uma
palavra que significa cair (como a caída dos dados) 1
dando a idéia de que a caída dos
dados (e de muitos jogos de azar) é simplesmente um
acontecimento que não tem relação
com qualquer causa. E é este o sentido em que
geralmente é empregado o termo.
Mas quando o assunto é examinado secretamente,
vè−se que não há nenhum acaso na
caída dos, dados.i Todos os dias ’cal uma morte,
que desagrada a um certo número
de pessoas; ela obedece a uma lei do infalível como a
que governa a revolução dos
planetas ao redor do sol. Atrás da vinda da morte estão as
causas, ou cadeias de causas,
movendo−se além do lugar que a mente pode alcançar. A
posição da morte no box, a
redução da energia muscular expendida nos golpes, a
condição da mesa, etc., etc.,
todas são causas, cujo efeito pode ser visto. Mas atrás
destas causas observadas existem
cadeias de causas de procedência não observada, todas
as quais têm uma influência sobre
o número da morte predominante.
Se uma morte dura uma grande
quantidade de tempo, isto procederá de que os números
manifestados serão quase iguais)
isto é, haverá um número igual de uma mancha, duas
manchas, etc., que são
predominantes. Lançai uma moeda ao ar, e ela cairá sobre
quaisquer cabeças ou rabos, mas
fazei um bom número de arremessos e as cabeças e
rabos cairão logo. Esta é a
operação da lei proporcional. Mas apesar da proporção e dos
simples arremessos estarem
debaixo da Lei de Causa e Efeito, se fôssemos capazes de
examinar nas precedentes causas,
seria claramente observado que era simplesmente
impossível para a morte vir de
outro modo, nas mesmas circunstâncias e no mesmo
tempo. Dadas as mesmas causas, os
mesmos resultados advírão.
Sempre há uma causa e um porquê
para todos os acontecimentos. Nada acontece sem
uma causa, ou uma cadeia de
causas. Muita confusão houve nas mentes de pessoas que
consideraram este Princípio,
porque não eram capazes de explicar como uma coisa
poderia causar outra coisa, isto
é, ser a criadora da segunda coisa. Com efeito, como
matéria, nenhuma coisa pode
causar ou criar outra coisa. A Causa e o Efeito são
distribuídos simplesmente como
eventualidades. Uma eventualidade é aquilo que
acontece ou advém, como um
resultado ou uma conseqüêncía de diversos eventos
procedentes. Nenhum evento cria
outro evento, mas é simplesmente um elo precedente
na grande cadeia ordenada de
eventos procedentes da energia criativa do TODO.
Há.uma continuidade entre todos
os acontecimentos precedentes, conseqüentes e
subseqüentes. Há uma relação
entre tudo o que veio antes, e tudo o que vem agora.
Uma pedra é deslocada de um lugar
montanhoso e quebra o teto de uma cabana lá
embaixo no vale. A princípio
consideramos isto como um acontecimento casual, mas
quando examinamos o assunto
encontramos uma grande cadeia de causas. Em primeiro
lugar está a chuva que amoleceu a
terra que suportava a pedra e que a deixou cair; em
segundo lugar atrás desta está a
influência do sol, de outras chuvas, etc., que
gradualmente desintegraram o
pedaço de rocha de um pedaço maior, estão as causas
que motivaram a formação da
montanha e o seu levantamento pelas convulsões da
natureza, e assim até o infinito.
Então poderíamos procurar as
causas atrás da causa da chuva, etc. Poderíamos
considerar a existência do teto.
Enfim, logo nos envolveríamos em uma rede de
acontecimentos, causas e efeitos,
de cujas malhas intrincadas não nos poderíamos
desembaraçar.
Do mesmo modo que um homem tem
dois pais, quatro avós, oito bisavós, dezesseis
trisavós, e assim por diante até
que em quarenta gerações calcula−se o número dos avós
remontarem a muitos milhares.
Assim é com o número de causas que se ocultam sob o
mais trivial acontecimento ou
fenômeno, tal como a passagem de uma delgada fuligem
pelos vossos olhos. Não é coisa
agradável descrever o pedaço de fuligem desde o
período primitivo da história do
mundo desde quando ele formava uma parte de um
tronco maciço de árvore, que foi
primeiramente transformado em carvão e depois até
que passou agora pelos vossos
olhos no seu caminho para outras aventuras. E uma
grande cadeia de acontecimentos,
causas e efeitos, trouxe−o à sua condição presente, e a
última é simplesmente uma cadeia
dos acontecimentos que poderão produzir outros
eventos centenas de anos depois
deste momento. Uma série de acontecimentos
procedentes do delgado pedaço de
fuligem foi a escrita destas linhas que fez o
tipógrafo−mestre reformar certa
palavra, o revisor fazer a mesma coisa, e que produzirá
certos pensamentos na vossa
mente, e de outros, que por sua vez afetarão outras e assim
por diante conforme a habilidade
do homem para raciocinar: e tudo isto da passagem de
um delgado pedaço de fuligem, o
que mostra a relatividade e associação das coisas, e o
fato anterior que "não há
coisa grande, não, bá coisa pequena, na mente que causa
tudo".
Detende−vos a pensar um momento.
Se certo moço não tivesse encontrado uma certa
moça, no obscuro período da Idade
da Pedra, vós, que agora estais lendo estas linhas,
não existiríeis agora. E, talvez,
se o mesmo casal não se encontrasse, nós que
escrevemos estas linhas, não
existiríamos também agora. E o verdadeiro ato de
escrever, da nossa parte, e o ato
de ler, da vossa, poderá não só afetar as respectivas
vidas nossas e vossas, mas também
poderá ter uma influência direta ou indireta sobre
muitas outras pessoas que agora
vivem e que viverão nas idades futuras. Toda idéia que
pensamos, todo ato que fazemos,
tem o seu resultado direto ou indireto que se adapta à
grande cadeia de Causa e Efeito.
Não queremos entrar em
consideração sobre o Livre−Arbítrio ou o determinismo, nesta
obra, por várias razões. Entre as
diversas razões, a principal é que nenhum lado da
controvérsia é inteiramente
verdadeiro; com efeito, ambos os lados são parcialmente
verdadeiros, de acordo com os
Preceitos herméticos. O Princípio de Polaridade mostra
que ambos são Meias−Verdades:
pólos opostos da Verdade. Os Preceitos são que o
homem pode ser Livre e ao mesmo
tempo limitado pela Necessidade, dependendo isto
da significação dos termos e
elevação da Verdade cuja significação é examinada. Os
escritores antigos expressam este
assunto, assim: "A criação que está mais distante do
Centro é a mais limitada; quanto
mais próximo chega do Centro, tanto mais Livre é."
A maioria das pessoas são mais ou
menos escravas da hereditariedade, dos que as
rodeiam, etc., e manifestam muito
pouca Liberdade. São guiadas pelas opiniões, os
costumes e as idéias dc, mundo
exterior, e também pelas suas emoções, sensações e
condições, etc. Não manifestam
domínio algum, digno de nome. Indignamente
repudiam esta asserção, dizendo:
,pois eu certamente sou livre para agir e fazer como
me apraz; faço justamente o que
quero fazer", mas deviam explicar melhor o quero e o
como me, apraz. Que os faz querer
fazer uma coisa de preferência a outra; que lhes faz
aprazer fazer isto e não aquilo?
Não existe por que para a seu prazer e desejo? O Mestre
pode mudar estes prazeres e
vontades em Outros no lado Oposto do Pólo mental. Ele é
capaz de Querer por querer, sem
querer por causa das condições, emoções meio, sem
tendência ou desejo. , sensações
ou sugestões do A maioria das pessoas são arrastadas
como a pedra que cai, obediente
ao meio, às influências exteriores e às condições e
desejos internos, não falando dos
desejos e das vontades de outros mais fortes que elas,
da hereditariedade, da sugestão,
que as levam sem resistência da sua parte, sem
exercício da Vontade. Movidas,
como os peões no jogo de xadrez da vida, elas tomam
parte neste e são abandonadas
depois que o, jogo terminou. Mas os Mestres,
conhecendo a regra do jogo,
elevam−se acima do plano da vida material, e colocando−
se em relação com as mais
elevadas forças da sua natureza dominam as suas próprias
condições, os caracteres, as
qualidades e a polaridade, assim como o meio em que
vivem, e deste modo tornam−se
Motores em vez de Peões: Causas em vez de Efeitos.
Os Mestres não escapam da
Causalidade dos planos mais elevados, mas concordam com
as leis superiores, e assim
dominam as circunstâncias no plano inferior. Eles formam
parte consciente da Lei, sem
serem simples instrumentos. Enquanto servem nos
Planos Superiores, governam no
Plano Material.
Porém, tanto nos superiores como
nos inferiores, a Lei está sempre em ação. Não há c
oisa do Acaso. As deusas cegas
foram abolidas pela Razão. Agora podemos ver com
olhos esclarecidos pelo
conhecimento que tudo é governado pela Lei Universal − o
infinito número de leis é
simplesmente uma manifestação da única Grande Lei − a LEI
que é O TODO. É verdade, contudo,
que nem mesmo um pardal fica descuidado à
Mente do TODO, assim como os
cabelos da nossa cabeça são contados, como disseram
as escrituras. Nada há fora da
Lei; nada do que acontece é contrário a ela. Contudo, não
cometais o erro de supor que, por
causa disso, o Homem é simplesmente um cego
autômato. Os Preceitos Herméticos
ensinam que o Homem pode usar a Lei contra as
leis, e que a vontade superior
prevalece contra a inferior, até que por fim procure
refúgio na própria LEI, e olhe
com desprezo as leis inferiores. Sois capaz de
compreender a mais íntima
significação disto?
O GÊNERO
"O Gênero está em tudo; tudo
tem os seus Princípios Masculino e Feminino; o Gênero
se manifesta em todos os
planos." − O CAIBALION
O Sétimo Grande Princípio
hermético − o Princípio de Gênero − contém a verdade que
há Gênero manifestado em tudo,
que os Princípios Masculino e Feminino estão sempre
presentes e em ação em todas as
fases dos fenômenos e todos os planos da vida. Neste
ponto achamos bom chamar a vossa
atenção para o fato que o Gênero, no seu sentido
Hermético, e o Sexo no uso
ordinariamente aceitado do termo, não são a mesma coisa.
A palavra Gênero é derivada da
raiz latina que significa gerar, procriar, produzir. Uma
consideração momentânea
mostrar−vos−á que a palavra tem um significado mais
extenso e mais geral que o termo
Sexo, o último referindo−se às distinções físicas entre
as coisas viventes machos e
fêmeas. O sexo é simplesmente uma manifestação do
Gênero em certo plano ( o Grande
Plano Físico: o plano da vida orgânica. Desejamos
fixar esta distinção nas vossas
mentes, porque certos escritores, que adquiriram uma
simples noção da Filosofia
hermética, pretenderam identificar este sétimo Princípio
hermético com as disparatadas,
fantásticas e muitas vezes repreensíveis teorias e ensinos
a respeito do Sexo.
O ofício do Gênero é somente de
criar, produzir, gerar, ,etc., e as suas manifestações
são visíveis em todos os planos
de fenômenos. É um tanto difícil dar provas disto nas
linhas científicas, pela razão
que a ciência ainda não reconheceu este Princípio como de
aplicação universal. Mas ainda
assim várias provas têm provindo de fontes científicas.
Em primeiro lugar, encontramos
uma distinta manifestação do Princípio de Gênero
entre os corpúsculos, íons ou
elétrons, que constituem a base da Matéria como a ciência
conhece por último, e que
formando combinações formam o Átomo, que até há pouco
tempo era considerado como final
e indivisível.
A última palavra da ciência é que
o átomo é composto de uma multidão de corpúsculos,
elétrons ou íons (sendo aplicados
vários nomes por autoridades diferentes), que giram
uns ao redor dos outros e vibram
num elevado grau de intensidade. Mas as explicações
que seguem mostram que a formação
do átomo é realmente devida ao agrupamento de
corpúsculos negativos ao redor de
um positivo; parecendo que os corpúsculos positivos
exercem certa influência sobre os
corpúsculos negativos, fazendo estes formarem certas
combinações e assim cria ou gera
um átomo. Isto está em relação com os mais antigos
Preceitos herméticos que sempre
identificaram o principio masculino de Gênero com o
pólo Positivo, ao Feminino com o
pólo Negativo da Eletricidade.
Agora uma palavra a respeito
desta identificação. A mente do público formou uma idéia
inteiramente errônea a respeito
das qualidades do chamado pólo Negativo da Matéria
magnetizada ou eletrizada. Os
termos Positivo e Negativo são em verdade erroneamente
aplicados a este fenômeno pela
ciência. A palavra Positivo significa tudo o que é real e
forte, comparado com a Negativa
irrealidade e fraqueza. Nada é ulterior aos fatos reais
dos fenômenos elétricos. O
chamado pólo Negativo da bateria é realmente o pólo no
qual e pelo qual se manifesta a
geração ou produção de novas formas de energia. Nada
há Negativo ao redor dele. As
maiores autoridades científicas agora usam a palavra
Catódico " em lugar de
Negativo. Do pólo Catódico procedem a imensidade de elétrons
ou corpúsculos; do mesmo pólo
saem estes maravilhosos raios que revolucionaram as
concepções científicas nos
últimos dez anos. O pólo catódico é a mãe de todos os
fenômenos estranhos, que tornaram
inúteis os velhos livros, e que fizeram muitas
teorias admitidas serem
proscritas do programa da especulação científica. O pólo
catódico ou negativo é o
Princípio materno dos fenômenos elétricos, e das formas mais
sutis da matéria, já é conhecido
pela ciência. Assim vedes que temos razão quando
recusamos usar o termo Negativo
nas nossas considerações sobre o assunto, e insistindo
na substituição da palavra
Feminino pelo antigo termo. Os fatos da condição nos levam
a isto, sem mesmo tomarmos em consideração
os Preceitos herméticos. E assim
usaremos a palavra Feminino em
lugar de Negativo falando deste pólo de atividade.
Os últimos ensinos científicos
são que os corpúsculos criadores ou elétrons são
Femininos (a ciência diz que eles
são compostos de eletricidade negativa, e nós dizemos
que são compostos de energia
Feminina). Um corpúsculo feminino abandona um
corpúsculo Masculino e toma uma,
nova direção. Ele ativamente procura uma união
com um corpúsculo Masculino,
sendo incitado a isso pelo impulso natural de criar
novas formas de. Matéria ou
Energia. Um escritor costuma até empregar a frase "ele a
um dado tempo procura, de sua
própria volição, uma união", etc.
Este destacamento e esta união
formam a base da maior parte das atividades do mundo
químico. Quando o corpúsculo
Feminino une−se com um corpúsculo Masculino,
começa um certo processo. As
partículas Femininas vibram rapidamente sob as
influências da Energia masculina,
e giram ao redor da última. O resultado é o
nascimento de um novo átomo. Este
novo átomo é realmente composto da união dos
elétrons ou corpúsculos
Masculinos e Femininos, mas quando a união é formada, o
átomo torna−se uma coisa
separada, tendo certas propriedades, mas não manifestando
muito a propriedade da
eletricidade independente. O processo de destacamento ou
separação dos elétrons Femininos
é chamado ionização. Estes elétrons ou corpúsculos
são os mais ativos trabalhadores
no campo da Natureza. Provenientes das suas uniões
ou combinações, se manifestam os
diversos fenômenos da luz, do calor, da eletricidade,
do magnetismo, da atração,
repulsão, afinidade química e o inverso, e outros fenômenos
semelhantes. E tudo isto procede
do. ação do Princípio de Gênero no plano da Energia.
A parte do princípio Masculino
parece ser a de dirigir uma certa energia inerente pua o
princípio Feminino e assim pôr em
atividade o processo criativo. Mas o princípio
Feminino é sempre o único que faz
a ativa obra criadora, e isto é assim em todos os
planos. E ainda, cada princípio é
incapaz da energia operativa sem o outro. Em muitas
formas da vida, os dois
princípios estão combinados em um só organismo. Por esta
razão, tudo no mundo orgânico
manifesta ambos os gêneros: há sempre o Masculino na
forma Feminina, e o Feminino na
forma Masculina.
Os Ensinos herméticos contêm
muita coisa a respeito da ação dos dois princípios de
Gênero na produção e manifestação
das diversas formas de energia, etc., mas não
julgamos conveniente entrar em
detalhes a respeito dos mesmos neste ponto, porque
não podemos sustentá−los com
provas científicas, pela razão que a ciência ainda não
progrediu o necessário para isso.
Mas o exemplo que vos demos dos fenômenos dos
elétrons ou corpúsculos vos
mostram que a ciência está no caminho reto, e poderia
também dar−vos uma idéia geral
dos princípios ocultos.
Diversos dos principais
investigadores científicos declararam a sua opinião que na
formação dos cristais foi
descoberta alguma coisa que corresponde à atividade sexual,
que é uma outra bagatela
mostrando a direção em que sopram os ventos científicos. E
cada ano traz outros fatos para
corroborar a exatidão do Princípio hermético de Gênero.
Seria estabelecido que o Gênero
está em ação e manifestação constante no campo da
matéria inorgânica e no campo da
Energia ou Força. A eletricidade é agora geralmente
considerada como alguma coisa em
que todas as outras formas de energias parecem
dissolver. A Teoria Elétrica do
Universo é a última doutrina científica, e ela está
crescendo rapidamente em
popularidade e aceitação geral. E assim segue−se que se
pudermos descobrir nos fenômenos
da eletricidade − levados ao seu princípio e fonte de
manifestações − uma clara e
infalível evidência da presença do Gênero e suas
atividades, estamos justificados
vos fazendo crer que a ciência enfim deu provas da
existência em todos os fenômenos
universais deste grande Princípio hermético: o
Princípio de Gênero.
Não é necessário gastar o nosso
tempo com o muito conhecido fenômeno da atração e
repulsão dos átomos, afinidade
química, os amares e ódios das partículas atômicas, as
atrações ou coesões entre as
moléculas da matéria. Estes fatos são muito bem
conhecidos para necessitar
extensos comentários’ nossos. Mas considerasses alguma vez
que todas estas coisas
são,manifestações do Princípio de Gênero? Não vedes que estes
fenômenos andam ao Par com os dos
corpúsculos ou elétrons? E ainda mais que isto,
não vedes a racionalidade dos
Ensinos herméticos que afirmam que a verdadeira Lei da
Gravitação − esta estranha
atração pela qual todas as partículas e corpos de matéria no
universo tendem para outras
simplesmente outra manifestação do Princípio de Gênero,
que opera na direção de atração
da energia Masculina para a Feminina, e vice−versa?
Não poderemos dar−vos provas
científicas disto agora; mas vamos examinar os
fenômenos à luz dos Ensinos
herméticos sobre o assunto, e veremos se não tereis uma
mais útil hipótese que as
oferecidas pela ciência física. Submetei todos os fenômenos
físicos ao texto, e vereis sempre
em evidência o Princípio de Gênero.
Permiti−nos agora passarmos à
consideração da ação do Princípio no Plano Mental.
Muitas idéias interessantes têm
nele a sua examinação.
O GÊNERO MENTAL
Os estudantes de psicologia que
seguiram o modo moderno de pensar a respeito dos
fenômenos mentais ficaram
surpreendidos pela persistência da dupla idéia mental que
se tem manifestado tão fortemente
durante os dez anos passados do último meio século,
e que deu origem a um grande
número de teorias plausíveis a respeito da natureza e
constituição destas duas mentes.
Recentemente Thompson J. Hudson atingiu grande
popularidade em 1893, avançando a
sua bem conhecida teoria das "mentes objetiva e
subjetiva", que ele afirmou
existir, em cada indivíduo. Outros escritores atraíram
também a atenção pelas teorias
sobre as "mentes consciente e subconsciente", mentes
voluntária e involuntária",
"mentes ativa e passiva", etc., etc. As teorias dos diversos
escritores diferem entre si, mas
permanece o princípio oculto da dualidade da mente.
O estudante de Filosofia
hermética tem provocação de riso quando lê e ouve qualquer
coisa destas novas teorias a
respeito da dualidade da mente, cada escola aderindo
tenazmente à sua própria teoria
favorita e clamando ter descoberto a verdade. O
estudante volta para trás as
páginas da história oculta e, nos primeiros elementos dos
preceitos ocultos, encontra
referências à antiga doutrina hermética do Princípio de
Gênero no Plano Mental: a
manifestação do Gênero Mental. E examinando mais ele
conclui que a antiga filosofia tinha
conhecimento dos fenômenos da mente dual e deu
conta disto pela teoria do Gênero
Mental, Esta idéia de Gênero Mental pode ser
explicada em poucas palavras aos
estudantes que estão familiarizados com as modernas
teorias há pouco aludidos. O
Princípio Masculino da Mente corresponde à chamada
Mente Objetiva, Mente Consciente,
Mente Voluntária, Mente Ativa, etc. E o Princípio
Feminino da Mente corresponde à
chamada Mente Subjetiva, Mente Subconsciente,
Mente Involuntária, Mente
Passiva, etc. Certamente que os Preceitos herméticos não
concordam com as diversas teorias
modernas sobre a natureza das duas fases da mente,
nem admitem muitos fatos
considerados como sendo respectivamente dos dois aspectos,
porque muitas teorias e
afirmações são alambicadas e incapazes de resistir ao toque da
experiência e da demonstração.
Apontamos as fases de concordância simplesmente para
o fim de ajudar o estudante a
assimilar os seus conhecimentos já adquiridos com os
Preceitos da Filosofia hermética.
Os estudantes de Hudson encontrarão
no princípio do seu segundo capítulo da Lei dos
Pensamentos Psíquicos", a
proposição que: "A mística algaravia dos filósofos
herméticos desenvolve a mesma
idéia", isto é, a dualidade da mente.
Se o Dr. Hudson empregasse o
tempo em decifrar um pouco da "mística algaravia da
Filosofia Hermética", ele
teria obtido grande esclarecimento sobre a função da "mente
dual"; porém, naquele tempo,
as suas obras mais interessantes ainda não tinham sido
escritas. Vamos agora considerar
os Preceitos herméticos sobre o Gênero Mental.
Os Instrutores Herméticos dão as
suas instruções a respeito deste assunto fazendo os
seus estudantes examinarem a
relação da sua consciência a respeito do seu Ego. Os
estudantes aprendem a pôr a sua
atenção no Ego que habita em cada um de nós. Cada
estudante aprende a ver que sua
consciência lhe dá uma primeira relação da existência
do seu Ego: à relação é "O
Eu sou". A princípio isto parece ser a última palavra da
consciência, mas um exame um,
pouco mais profundo descobre que este "Eu sou" pode
ser separado ou dividido em duas
partes distintas, dois aspectos, os quais, apesar de
agirem em uníssono e em conjunto,
podem ser separados na consciência.
Apesar de a princípio parecer
existir um só Ego, um exame mais cuidadoso e mais
profundo mostra que existe um Ego
e um Eu. Estes gêmeos mentais diferem em
característicos e natureza, e um
exame das suas naturezas e dos fenômenos que
procedem da mesma dará muita luz
sobre muitos problemas da influência mental.
Permiti−nos começar com uma
consideração sobre o Eu, que é usualmente tomado pelo
Ego pelo estudante, até que ele
investigue nos acessos da consciência. Um homem
pensa do seu Ego (no seu aspecto
de Eu) como sendo composto de certos estados,
modos, hábitos, característicos,
etc., tudo o que faz sobressair a sua personalidade, ou a
Seidade conhecida a si e aos
outros.
Conhece que estas emoções e
sensações mudam, nascem e morrem, estão sujeitas aos
Princípios de Ritmo e de
Polaridade, que as levam de um extremo ao outro. Pensam
também que o Eu é formado de
certos conhecimentos reunidos nas suas mentes e
formando então uma parte deles
mesmos. Tal é o Eu de um homem.
Porém, falamos muito
apressadamente. O Eu de muitos homens pode ser considerado
como consistindo da sua
consciência corpórea e dos seus apetites
físicos, etc. A sua consciência
sendo presa à sua natureza corpórea, eles praticamente
vivem nela. Muitos homens ainda
consideram o seu vestuário como parte do seu Eu e
atualmente parecem considerá−lo
como uma parte de si mesmos. Um escritor disse
humoristicamente que os
"homens se compõem de três partes: o espírito, o corpo e a
roupa".
Estas pessoas ou roupas
conscientes perderiam a sua personalidade se fossem despidas
da sua roupa, por selvagens, na
ocasião de um naufrágio. Porém, mesmo muitos dos
que estão presas à idéia do
vestuário pessoal afirmam fortemente que a consciência do
seu corpo é o seu Eu. Eles não
podem ter a idéia de uma Seidade independente do
corpo. A sua mente pareceIhes ser
praticamente uma coisa pertencente ao seu corpo: o
que é sempre o contrário.
Mas, conforme o homem sobe na
escala de consciência, ele se torna capaz de distinguir
o seu Eu da sua idéia do corpo e
de pensar que este é uma coisa pertencente à sua parte
mental. Mas, só então poderá
identificar inteiramente o Eu com os estados mentais, as
emoções, etc., que ele sente
existir dentro de si.
É capaz de considerar estes
estados internos como idênticos a ele mesmo, em vez deles
serem simplesmente coisas
produzidas por uma parte da sua mentalidade e existindo
dentro dele: sendo suas, estando
nele, mas não sendo ele mesmo. Compreende que pode
mudar estes estados mentais de
emoções por um esforço da vontade e que pode do
mesmo modo produzir uma emoção ou
um estado de uma natureza exatamente oposta,
e, contudo, existe o mesmo Eu. E
assim até que seja capaz de pôr de parte estes vários
estados mentais, as emoções, os
hábitos, as qualidades, os característicos e outras
faculdades mentais: é capaz de
pô−las no não−eu, coleção de curiosidade e embaraços,
como uma posse de valor. Isto
requer muita concentração mental e poderes de análise
mental da parte do estudante.
Porém, mesmo assim a tarefa é possível para os
estudantes avançados, e mesmo os
não muito adiantados podem ver, na imaginação,
como pode ser realizado o
processo.
Depois que o processo de pôr. de
parte foi executado o estudante pôr−se−á em posse
consciente de uma Seidade que
pode ser considerado nos seus dois aspectos de Eu e
Ego. O Eu será considerado como
sendo uma coisa mental em que os pensamentos, as
idéias, as emoções, as sensações,
e outras condições são produzidas. Pode ser
considerado como a matriz como o
disseram os antigos, capaz de fazer a geração
Manifesta−se à consciência como
um Ego Feminino com latentes de criação e geração
das progênies mentais de todas as
espécies e reinos. Sente−se que as suas forças de
energia criativa são enormes.
Contudo, parece ser consciente que ele recebe muitas
formar, de energias’ do seu Ego
companheiro, ou de outro Ego, quando é capaz de dar
existência às criações mentais.
Esta consciência traz consigo a realização de uma
enorme capacidade para a operação
. mental e a habilidade criativa.
Porém, o estudante descobre logo
que isto não é tudo o que percebe dentro da sua
consciência interior. Percebe que
existe uma Coisa mental que é capaz de querer que o
Ego Feminino acione na direção de
certa linha criativa, e que também é capaz de
sustentar e provar a criação
mental. Esta parte deles mesmos, dizem ser chamada Ego.
É capaz de ficar na sua consciência
à vontade. Não tem uma consciência de habilitações
para gerar e criar ativamente, no
sentido do processo que acompanha as operações
mentais, mas sim no sen timento e
consciência de uma facilidade para projetar uma
energia do Ego Masculino ao Ego
Feminino − um processo de desejo que a criação
mental comece e continue.
Compreende também que o Ego Masculino é capaz de
sustentar e abrigar as opera~ da
criação mental do Ego Feminino. Na mente de cada
pessoa existe estes dois
aspectos.
O Eu representa o Princípio
Masculino de Gênero e o Eu representa o Feminino. O Ego
representa o aspecto de
Existência; o Eu o aspecto de Estado. Deveis saber que o
Principio de Correspondência
opera neste plano do mesmo modo que o faz no grande
plano em que é feita a criação dos
Universos. Ambos são semelhantes, porém muito
diferentes em grau. "O que
está em cima é como o que está em baixo, e o que está em
baixo é como a que está em
cima".
Estes aspectos da mente − os
Princípios Masculino e Feminino − o Ego e o Eu −
considerados em relação com’ os
conhecimentos dos fenômenos mentais ou físicos, dão
a chave,mestra destas pouco
conhecidas regiões da operação e manifestação mental. O
Princípio de Gênero Mental
manifesta a verdade que se oculta debaixo do campo total
dos fenômenos de influência
mental, etc.
A tendência do Princípio Feminino
é sempre em receber impressões, ao passo que a
tendência do Princípio Masculino
é sempre em dá−Ias ou exprimi−Ias. O Princípio
Feminino tem um campo de operação
mais variado que o Princípio Masculino. O
Princípio Feminino dirige a obra
da geração de novos pensamentos, conceitos, idéias,
incluindo a obra da imaginação. O
Princípio Masculino contenta−se com a obra da
Vontade, nas suas várias fases. E
assim, sem o auxílio ativo da vontade do Princípio
Masculino, o Princípio Feminino
pode contentar−se com a geração de imagens mentais
que são o resultado de impressões
recebidas de fora, em vez de produzir criações
mentais originais.
As pessoas que prestam urna
contínua atenção a um assunto empregam ativamente
ambos os Princípios Mentais: o
Feminino na obra da ativa geração mental, e a Vontade
Masculina na estimulação e
fortificação da porção criativa da mente. A maioria das
pessoas empregam realmente o
Princípio Masculino mas pouco, e contentam−se com
viver de acordo com os
pensamentos e as idéias insinuadas no Eu pelo Ego das outras
mentes. Porém, o nosso propósito
não é demorarmo−nos na consideração desta fase do
assunto, que pode ser estudada
num bom livro de psicologia, com a chave que nós vos
demos sobre o Gênero Mental.
O estudante dos Fenômenos
Psíquicos está ciente dos admiráveis fenômenos
classificados sob o título de
Telepatia, Transmissão de Pensamento, Influência Mental,
Sugestão, Hipnotismo, etc. Muitos
procuraram para uma explicação destas várias fases
de fenômenos as teorias dos
diversos instrutores da mente dupla. Em certa medida estão
certos, porque há claramente uma
manifestação de duas fases distintas da atividade
mental. Porém, se esses
estudantes considerarem estas mentes duplas à luz dos Preceitos
herméticos a respeito das
Vibrações e do Gênero Mental, compreenderão que têm na
mão a chave com que tanto esforço
procuravam.
Nos fenômenos de Telepatia vê−se
como a Energia Vibratória do Princípio Masculino é
projetada para o Princípio
Feminino de outra pessoa e este toma o pensamento−semente
e o desenvolve até a madureza.
Pela mesma forma operam a Sugestão e o Hipnotismo.
O Princípio Masculino da pessoa
dando as sugestões dirige uma exalação da Energia
Vibratória ou Força−Vontade para
o Princípio Feminino da outra pessoa, e esta última
aceítando−a, recebe−a em si mesma
e age e pensa de conformidade com ela. Uma idéia
assim recolhida na mente de uma
pessoa, cresce e se desenvolve, e com o tempo é
considerada como a melhor produção
mental do indivíduo, porquanto, em realidade, é
como o ovo do cuco colocado no
ninho do pardal, quando este destrói a produção
direta, e se põe no ninho. O
método normal é para os Princípios Masculino e Feminino
na mente de uma pessoa coordenar
e agir harmoniosamente em conjunção com a de
outra.
Mas, infelizmente, o Princípio
Masculino nas pessoas médias é muito lento em agir − o
estendimento da Força−Vontade é
muito vagaroso − e a consequência é que tais pessoas
são quase inteiramente dirigidas
pelas mentes e os desejos das outras pessoas, às quais
ela permite que façam as suas
idéias e os seus desejos. Quão poucas ações ou
pensamentos originais são
realizados pelas pessoas médias? Não são a maioria das
pessoas simples sombras e ecos de
outras que têm vontades ou mentes mais fortes que
elas? Isto acontece porque a
pessoa média vive mais na consciência do seu Eu do que na
do Ego.
Está polarizada no seu Princípio
Feminino da Mente, e o Princípio Masculino, em que
se acha a Vontade, é obrigado a
ficar inativo e sem emprego.
O homem e a mulher fortes do
mundo manifestam invariavelmente o Princípio
Masculino da Vontade, e a sua
força materialmente depende deste fato. Em vez de viver
das impressões dadas às suas
mentes pelos outros, dominam a sua própria mente pela
sua Vontade, obtendo a espécie
desejada de imagens mentais, e ainda mais dominam do
mesmo modo as mentes dos outros.
Vede as pessoas fortes, como implantam os seus
pensamentos−sementes nas mentes
das massas do povo, fazendo assim este pensar de
acordo com os desejos e as
vontades destes indivíduos fortes. Isto é porque as massas
do povo são como que
criaturas−carneiros, não dando origem a uma idéia própria e não
empregando as suas próprias
forças de atividade mental.
A manifestação do Gênero Mental
pode ser observada ao redor de nós todos os dias da
vida. As pessoas magnéticas são
as que podem empregar o Princípio Masculino com o
fim de imprimir as suas idéias
nos outros. O ator que faz o povo chorar ou rir como
quer, o faz empregando este
princípio. E assim é sucessivamente o orador, o político, o
pregador, o escritor ou qualquer
pessoa que tenha a atenção do público. A influência
particular exercida por algumas
pessoas sobre outras é devida à manifestação do Gênero
Mental, na direção da linha
vibratória acima indicada. Neste princípio acha−se oculto o
segredo do magnetismo pessoal, da
influência pessoal, da fascinação, etc., assim como
os fenômenos geralmente agrupados
sob o nome de Hipnotismo.
O estudante que familiarizou−se
com os fenômenos geralmente chamados psíquicos,
poderá descobrir a importante
parte tomada nos ditos fenômenos por esta força que a
ciência denominou Sugestão, termo
pelo qual se quer significar o processo ou método
pelo qual uma idéia é transmitida
à mente de outro, fazendo a segunda mente agir de
acordo com ela. Uma exata
compreensão da Sugestão é necessária para se compreender
com inteligência os variados
fenômenos psíquicos que a Sugestão encobre.
Porém, o conhecimento da Vibração
e do Gênero Mental é ainda mais necessário para o
estudante da Sugestão. Porque
todo o princípio da Sugestão depende do princípio de
Gênero Mental e de Vibração.
É costume dos escritores e
instrutores da Sugestão explicar que é a mente objetiva ou
voluntária que faz a impressão
mental, ou sugestão na mente subjetiva ou involuntária.
Porém, não descrevem o processo
ou não nos dão uma analogia na natureza pela qual
possamos compreender melhor a
idéia. Mas, se quiserdes raciocinar sobre o assunto à
luz dos Preceitos Herméticos,
sereis capaz de ver que o fortalecimento do Princípio
Feminino pela Energia Vibratória
do Princípio Masculino está em concordância com as
leis universais da natureza, e
que o universo natural oferece inúmeras analogias pelas
quais o princípio pode ser
compreendido. Com efeito, os Preceitos Herméticos mostram
que a verdadeira criação do
Universo segue a mesma lei, e que em todas as
manifestações criativas, nos
planos espiritual, mental e psíquico, está sempre em
operação o princípio de Gênero:
manifestação dos Princípios Masculino e Feminino. "O
que está em cima é como o que
está em baixo, e o que está em baixo é como o que está
em cima."
E mais ainda, quando se
compreende o princípio de Gênero Mental, os variados
fenômenos de psicologia tornam−se
imediatamente adaptáveis a uma classificação e
estudo inteligente, em vez de
serem muito obscuros. O princípio se realiza na prática,
porque é baseado nas imutáveis
leis universais da vida.
Não entraremos em extensa
discussão ou descrição dos variados fenômenos da
influência mental ou atividade
psíquica. Existem muitos livros bons, escritos e
publicados sobre este assunto nos
últimos anos. Os principais fatos dados nesses vários
livros são corretos, apesar dos
escritores intentarem explicar os fenômenos por diversas
teorias que lhes são favoritas. O
estudante pode instruir a si próprio nestas matérias, e
empregando a teoria do Gênero
Mental será capaz de pôr em ordem no caos das teorias
e doutrinas contrárias, e poderá
tomar−se
mestre no assunto se for
inclinado à ele. O fim desta obra não é dar uma extensa relação
dos fenômenos psíquicos, mas sim
dar ao estudante uma chave−mestra com a qual
possa abrir as diversas portas
que conduzem às partes do Templo do Conhecimento que
ele quiser explorar. julgamos que
nesta considero.ção dos preceitos do Caibalion,
encontrar−se−á uma explicação que
servirá para esclarecer muitas dificuldades
embaraçosas: ela será uma chave
que abrirá muitas portas.
Qualquer que seja o costume de
fazer detalhes a respeito das muitas formas de
fenômenos psíquicos e da ciência
mental, colocamos providencialmente na mão do
estudante as idéias pelas quais
ele pode instruir−se muito a respeito de cada fase do
assunto que o interessar. Com o
auxílio do Caibalion pode−se fazer uma livraria oculta,
a velha Luz do Egito iluminando
as páginas e os assuntos obscuros. Este é o fim deste
livro.
Não queremos expor uma nova
filosofia, mas sim fornecer o bosquejo de um grande
preceito do mundo antigo, que
poderá esclarecer as doutrinas de outros, que servirá de
Grande Reconciliador das
diferentes teorias e doutrinas opostas.
AXIOMAS HERMÉTICOS
"A posse do Conhecimento sem
ser acompanhada de uma manifestação ou expressão
em Ação é como o amontoamento de
metais preciosos, uma coisa vã e tola. O
Conhecimento é, como a riqueza.,
destinado ao Uso. Lei do Uso é Universal, e aquele
que viola esta lei sofre por
causa do seu conflito com as forças naturais." − O
CAIBALION −
Os Preceitos herméticos,
conquanto sempre tenham sido bem guardados na mente dos
seus afortunados possuidores,
pelas razões que já dissemos, nunca foram destinados a
ser simplesmente acumulados e
ocultados. A Lei do Uso está contida nos preceitos,
como podeis ver pela referência à
citação acima do
Caibalion, que a estabelece
energicamente. O Conhecimento sem o Uso e a Expressão é
uma coisa vã, que não traz bem
algum ao seu possuidor ou à sua raça. Guardai−vos da
avareza mental e expressar em
Ação aquilo que aprendesses. Estudai os Axiomas e
Aforismos, mas praticai−os
também.
Damos a seguir alguns dos mais
importantes Axiomas herméticos do Caibalion, com
alguns comentários juntos a cada
um deles. Fazei−os vós mesmos, praticai−os e usai−
os, porque eles não são realmente
vossos enquanto não os tiverdes Usado.
.’Para mudar a vossa disposição
ou vosso estado mental, mudai a vossa vibração." − O
CAIBALION
Todos podem mudar as suas
vibrações mentais por um esforço da Vontade na direção
determinada, fixando a Atenção
sobre um estado mais desejável. A Vontade dirige a
Atenção, e a Atenção muda a
Vibração. Cultivai a Arte da Atenção, por meio da
Vontade, e aprendereis o segredo
do Domínio das Disposições e dos Estados mentais.
"Para destruir uma
desagradável ordem de vibração mental, ponde em movimento o
Pripicípio de Polaridade e
concentrai−vos sobre o Pólo Oposto ao que desejais suprimir.
Destruí o desagradável mudando a
sua polaridade." − O CAIBALION
Esta é uma das mais importantes
das fórmulas herméticas. É baseada em verdadeiros
princípios científicos. Nós vos
dissemos que um estado mental e o seu oposto eram
simplesmente os dois pólos de uma
só coisa, e que a polaridade pode ser invertida pela
Transmutação Mental. Este
princípio é conhecido pelos psicólogos modernos, que o
aplicam para a destruição de
hábitos desagradáveis, mandando os seus discípulos
concentrarem sobre a qualidade
oposta. Se fordes possuídos pelo medo, não percais
tempo tratando de destruir esse
medo, mas cultivai imediatamente a qualidade da
Coragem, e o Medo desaparecerá.
Muitos escritores exprimiram esta idéia muito
claramente empregando o exemplo
do quarto escuro. Não deveis tirar a Escuridão, mas
simplesmente abrindo as janelas e
entrando a Luz, a Escuridão desaparece. Para destruir
uma qualidade Negativa,
concentrai−vos sobre o Pólo Positivo dessa mesma qualidade,
e as vibrações se mudarão
gradualmente do Negativo ao Positivo, até que finalmente
fiqueis polarizado no 010
Positivo em vez de no Negativo. O inverso é também
verdade, como muitos criaram as
suas mágoas, quando puseram−se a vibrar
constantemente no pólo Negativo
das coisas, Pela mudança da vossa polaridade podeis
dominar os vossos defeitos, mudar
os vossos estados mentais, refazer as vossas
disposições, e formar o caráter.
Muitos dos Domínios Mentais dos hermetistas
avançados são devidos a esta
aplicação da Polaridade, que é um dos mais importantes
aspectos da Transmutação Mental.
Lembrai−vos do Axioma Hermético (citado
previamente), que diz:
"A Mente (tão bem como os
metais e elementos) pode ser transmutada de estado em
estado, de grau em grau, de
condição em condição, de pólo em pólo, de vibração em
vibração." − O CAIBALION −
O domínio da Polarização é o
domínio dos princípios fundamentais da Transmutação
Mental ou Alquimia Mental,
porque, a não ser que adquira a arte de mudar a sua
própria polaridade, ninguém poderá
influir sobre os que o rodeiam. A compreensão
perfeita deste princípio tornará
a pessoa apta a mudar a sua própria Polaridade, bem
como a dos outros, se ela quiser
empregar o tempo no estudo e na prática necessária
para possuir a arte. O princípio
é verdadeiro, mas os resultados obtidos dependem da
paciência e da prática
persistente do estudante.
O Ritmo pode ser neutralizado
pela aplicação da Arte de Polarização." − O
CAIBALION −
Como explicamos nos capítulos
antecedentes, os hermetistas ensinam que o Princípio
de Ritmo se manifesta no Plano
Mental tanto como no Plano Físico, e que a contínua
sucessão de disposições,
sensações, emoções e outros estados mentais, é devida ao
movimento à direita e à esquerda,
por assim dizer, do pêndulo mental que nos leva de
um extremo de sensação a outro
extremo. Os hermetistas ensinam também que a Lei de
Neutralização habilita a pessoa a
dominar, em grande parte, a ação do Ritmo no
conhecimento interior ou
consciência. Como explicamos, há um Plano Superior de
Consciência, do mesmo modo que um
Plano Inferior ordinário, e o Mestre elevando−se
mentalmente ao Plano Superior faz
um movimento do chamado pêndulo mental
manifestar−se no Plano Inferior,
e ele, estando. no Plano Superior, escapa
conscientemente do movimento
inferior. Isto efetua−se pela polarização na Seidade
Superior, e depois transportando
as vibrações mentais do Ego acima das do plano
ordinário de consciência. Isto é
semelhante ao elevamento acima de uma coisa,
deixando−a passar por baixo de
vós. O hermetista avançado polariza−se no Pólo
Positivo do seu Ente: o pólo
"Eu sou", ao contrário do pólo da personalidade, e pela
recusa e negação da ação do
Ritmo, eleva o seu próprio plano de consciência, e
permanentemente firme na
Manifestação do seu Ente, deixa o pêndulo mover−se no
Plano Inferior sem mudar a sua
Polaridade. Isto é realizado por todas as pessoas que
atingiram todos os graus do
domínio próprio, quer compreendam a lei quer não. Tais
pessoas simplesmente recusam
deixar−se mover pelo pêndulo das condições ou
emoções, e, afirmando
constantemente a sua superioridade, permanecem polarizadas no
polo Positivo. O Mestre, por
conseguinte, atinge um grau muito grande de progresso,
porque compreende a lei que está
dominando por uma lei superior, e pelo emprego da
sua Vontade alcança um equilíbrio
e estabilidade Mental quase impossível de ser
acreditado pelos que se deixam
mover à direita e à esquerda pelo pêndulo mental das
condições e emoções.
Contudo, lembrai−vos sempre que
não podeis destruir realmente o Princípio de Ritmo,
porque ele é indestrutível,
Podeis simplesmente vencer uma lei contrabalançando−a
com outra, e assim manter−vos em
equilíbrio. As leis do balanço e contrabalanço estão
em ação tanto nos planos mentais
como nos físicos, e a compreensão destas leis habilita
o homem a parecer destruir as
leis, quando ele simplesmente exerce um contrabalanço.
"Nada escapa do Princípio de
Causa e Efeito, mas existem vários Planos de
Causalidade, e pode−se empregar
as leis do plano superior para vencer as leis do
inferior." − O CAIBALION
Pela compreensão das práticas da Polarização, os
hermetistas elevam−se a um plano
superior de Causalidade e assim contrabalançam as
leis dos planos inferiores de
Causalidade. Tornando−se aptos a dominar as suas
condições e emoções e a
neutralizar o Ritmo, como já explicamos, eles podem escapar
de uma grande parte das operações
de Causa e Efeito do plano ordinário.
As massas populares são
impulsionadas, obedientes aos seus guias, às vontades e
desejos dos outros mais fortes que
elas, aos efeitos das tendências hereditárias, às
sugestões dos que as rodeiam, e a
outras coisas exteriores, que tendem a move−Ias no
tabuleiro de xadrez da vida como
simples peões. Elevando−se sobre estas causas
influentes, os hermetistas
avançados alcançam um plano elevado de ação mental, e
dominando as suas condições, seus
impulsos e suas sensações, criam para si novos
caracteres, qualidades e poderes,
pelos quais dominam os que ordinariamente o
rodeiam, e assim tomam−se
praticamente jogadores em vez de simples peões. Tais
pessoas ajudam inteligentemente a
jogar a partida da vida, sem serem movidas no seu
caminho e caminhando com mais
força e vontade. Empregam o Princípio de Causa e
Efeito, sem serem empregados por
este. Sem dúvida que ainda as mais elevadas estão
sujeitas ao Princípio como ele se
manifesta nos planos superiores, mas nos planos
inferiores da atividade são
Senhores em vez de Escravos. Diz o Caibalion:
"Os Sábios servem no plano
superior, mas governam no inferior. Obedecem às leis que
vêm de cima deles, mas no seu
próprio plano e nos inferiores a eles, governam e dão
ordens. E assim fazendo formam
uma parte do Princípio, sem se oporem a este. O sábio
concorda com a Lei, e
compreendendo o seu movimento, ele o opera em vez de ser
cego escravo. Do mesmo modo que o
hábil nadador volta o seu caminho e jaz este
caminho, conforme a sua vontade,
sem ser como a barca que é levada para cá e para lá:
assim é o sábio em comparação do
homem ordinário; e, contudo, o nadador e a barca, o
sábio e o ignorante, estão
sujeitos à Lei. Aquele que compreende isto está, bem no
caminho do Domínio." − O
CAIBALION −
Em conclusão, permiti−nos chamar
a vossa atenção para o Axioma Hermético:
"A verdadeira Transmutação
Hermética é uma Arte Mental." − O CAIBALION −
No axioma acima, os hermetistas
ensinam que a grande obra de influenciar a sua
própria roda é realizada pelo
Poder Mental. O Universo sendo totalmente mental, é
claro que só poderá ser governado
pela Mentalidade. E nesta verdade acha−se contida
uma explicação dos diversos
poderes mentais que estão tomando muita atenção e estudo
nestes primeiros anos do Vigésimo
Século. Debaixo e atrás do véu das doutrinas dos
diversos cultos e escolas,
acha−se ainda constantemente o princípio da Substância
Mental do Universo. Se o Universo
é Mental na sua natureza substancial, segue−se que
a Transmutação Mental pode mudar
as condições e os fenômenos do Universo. Se o
Universo é Mental, a Mente será o poder mais
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